Logo Folha de Pernambuco

BANCO CENTRAL

Campos Neto diz que aumento de ICMS por governadores do Sul e Sudeste terá impacto na inflação

Presidente do Banco Central também afirmou que o governo federal faz esforço fiscal grande e isso tem ajudado na redução da taxa Selic

Banco Central do BrasilBanco Central do Brasil - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (21) que o aumento de ICMS proposto por governadores do Sul e do Sudeste terá impacto no IPCA deste ano, que pode chegar a 0,2 ponto percentual.

- A gente vê uma convergência da inflação com possibilidade grande de entrar na meta em 2023. Mas tivemos a notícia do ICMS, dos estados aumentando (alíquotas), que terá um efeito no IPCA, entre 0,1 ponto e 0,2 ponto. Ainda não temos o número preciso - afirmou.

Secretários de Fazenda de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul divulgaram carta sugerindo aumento nas alíquotas.

O presidente do Banco Central afirmou ainda que o governo federal fez um "esforço fiscal muito grande", depois da pandemia, e isso tem ajudado o Copom no processo de redução da taxa de juros.

- É importante dizer que o governo fez um esforço muito grande fiscal, fez um arcabouço no meio da saída de uma pandemia, a gente acha que foi um esforço muito válido e tem ajudado a gente no processo de queda dos juros - afirmou.

Ele pontuou que o mercado financeiro ainda se mantém mais cético em relação às metas definidas pelo governo, pela necessidade de aumento de receitas.

- Acho que hoje o tema é menos pelo atingimento das metas, mais a responsabilidade sobre o arcabouçou que foi criado - afirmou.

Campos Neto se referia ao debate interno no governo que pode levar a uma alteração na meta de déficit zero prevista para o ano que vem. Por ora, o Ministério da Fazenda tem conseguido manter o número, mas há o receio de que ele possa virar um déficit em março, quando for divulgado o primeiro relatório bimestral de receitas e despesas.

A estratégia de Haddad para conseguir manter a meta é colocar um limite para os bloqueios no orçamento do ano que vem, em R$ 23 bilhões. Para isso, a Fazenda disse que entende que é preciso respeitar também a regra que coloca um piso de crescimento da despesa, em 0,6%, que teria que ser combinada com o teto de 25% de bloqueio nas despesas discricionárias.

Segundo Campos Neto, a despesa geral do governo continua acima de outros países emergentes, apesar do arcabouço fiscal.

- O Brasil crescendo recupera isso, não é um grande problema, mas é preciso entender que isso está no foco dos analistas - afirmou.

Campos Neto participou de um evento promovido por uma consultoria em Brasília.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter