Campos Neto espera corte de 0,5 ponto no juro nas próximas duas reuniões do Copom
A partir de março, cenário de previsões é mais incerto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou que o ritmo de queda na taxa de juros, de 0,5 ponto porcentual a cada reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), deve ser mantido nos dois primeiros encontros do ano que vem. A terceira reunião ocorre em maio, quando a previsão já ficaria mais nebulosa.
Campos Neto destacou que a previsão se baseia nas variáveis atuais do cenário econômico: queda de preços, diminuição na taxa de juros de longo prazo no exterior, principalmente nos Estados Unidos e avanço nas medidas de equilíbrio fiscal do governo brasileiro.
"Hoje, com as variáveis que temos, o mais apropriado é o ritmo de corte de 50 pontos (base, ou 0,5 ponto percentual) nas próximas duas reuniões. Em relação ao cenário fiscal, reconhecemos o esforço (do governo) e ele precisa melhorar. Tem um “gap” entre o que o mercado entende que precisa o governo. Mas não existe uma relação mecânica entre fiscal e a queda de juros", afirmou Campos Neto.
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O Banco Central detalhou nesta quinta-feira os principais motivos que levaram a previsão de queda no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 4,5% em 2023. O índice está dentro da meta de inflação estabelecida para o ano, que tem um intervalo 1,75% e 4,75%. O ritmo de queda inflacionária se baseia em um cenário externo mais estável, principalmente na economia americana, e um recuo no preço das commodities, destacando a diminuição dos custos com energia.
"É importante o governo perseverar no alcance da meta fiscal. Reconhecemos que tem um grande esforço do Haddad (Fernando Haddad, ministro da Fazenda). Sabemos que é difícil a aprovação de projetos no Congresso, mas tivemos uma semana de vitórias. Parabenizei Haddad, tem que se reconhecer o esforço. Avançamos com reformas importantes, como a Reforma Tributária", disse o presidente do Banco Central.
Ontem, o Senado aprovou a medida provisória que pode render até R$ 35 bilhões para o governo. A proposta retoma a tributação de impostos federais (IRPJ, CSLL e PIS/Cofins) para empresas que têm benefícios de ICMS para custeio.