Campos Neto: PEC 65 não é só remuneração de servidor, é também modernização
Presidente reconheceu que o BC enfrenta problemas referentes à remuneração de funcionários
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu nesta segunda-feira (29), que Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65 que tramita no Congresso, relatada pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM), não trata apenas de remuneração de servidor, mas principalmente da modernização administrativa da autoridade monetária. A PEC concede autonomia financeira e orçamentária à instituição, que já conta com a operacional desde 2021.
"O Banco Central precisa se adaptar, se modernizar administrativamente para fazer entregas do futuro", disse Campos Neto durante palestra no Painel Econômico, promovido pelo Insper, em São Paulo. A mediação é feita pelo economista e ex-presidente do Insper Marcos Lisboa.
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Campos Neto reconheceu que o BC enfrenta problemas referentes à remuneração de funcionários, visto que os salários são baixos se comparados às outras instituições no mundo, mas reforçou que existe um cenário grave na parte administrativa, já que os contratos seguem regras antigas. "Tem todo um tema que o Banco Central tem capacidade de mudar a vida das pessoas e fazer muitas entregas, mas precisa dar modernização", disse.
Questionado se a fragilidade de recursos ao BC pode prejudicar sistemas como o PIX, Campos Neto garantiu que não há riscos por ter sido alocado um contingente grande de funcionários para atuarem na parte de segurança. Ele ponderou, por outro lado, que outras funcionalidades ficam prejudicadas e já poderiam ter sido implementadas se houvesse regras mais modernas.