Canadá planeja implementar imposto sobre serviços digitais em 2024, apesar da oposição dos EUA
Ministra das Finanças do país, Chrystia Freeland, disse ser muito importante defender os interesses nacionais
O Canadá ainda planeja implementar um imposto sobre serviços digitais em 2024, apesar da oposição dos EUA, disse a ministra das Finanças, Chrystia Freeland.
Em entrevista por telefone direto da reunião dos ministros das finanças do G20 na Índia, disse que o Canadá já havia feito uma "concessão significativa" em 2020 ao concordar em adiar seu plano para o novo imposto.
"A posição do Canadá permanece inalterada", disse ela aos repórteres. "É muito importante para nós defender nossos interesses nacionais, e o que concordamos foi com uma pausa de dois anos."
Seu governo se comprometeu a implementar um novo DST (na sigla em inglês) no início de 2024, que seria aplicado retroativamente a 1º de janeiro de 2022, a menos que um acordo tributário global seja ratificado pelos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. A proposta canadense prevê um imposto de 3% sobre a receita obtida por grandes empresas de tecnologia no Canadá.
Na semana passada, a OCDE divulgou um acordo para adiar novas DSTs por pelo menos mais um ano, um pedido importante do presidente dos EUA, Joe Biden, enquanto seu governo tenta ratificar o pacto fiscal global. Entretanto, com a oposição republicana ao acordo da OCDE, não está claro se Biden conseguirá aprová-lo no Congresso.
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A Representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai, pediu ao Canadá para não implementar seu próprio DST, e grupos empresariais expressaram preocupação com as possíveis repercussões comerciais se o Canadá ignorar as advertências americanos.
Freeland disse que o Canadá ainda preferiria ver o acordo da OCDE ratificado, acrescentando que tem discutido o assunto com seus colegas do G7 e outros ministros presentes na cúpula da Índia.
"Tivemos algumas boas conversas dentro do G7 e bilateralmente para encontrar um caminho a seguir em que um acordo internacional possa ser alcançado e os interesses canadenses possam ser protegidos e reconhecidos", disse ela.
Uma trégua mais longa entre as nações da OCDE evitaria reacender as tensões comerciais desencadeadas durante o governo de Donald Trump. Na época, os EUA ameaçaram retaliar com tarifas depois que alguns países europeus introduziram taxas sobre empresas como o Google, da Alphabet, e o Facebook, da Meta Platforms.