Banco Interamericano de Desenvolvimento

Candidatura de Ilan Goldfajn à presidência do BID volta a ganhar força às vésperas das eleições

O novo posicionamento da equipe de Lula voltou a dar força para a candidatura de Ilan

Ilan GoldfajnIlan Goldfajn - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A candidatura de Ilan Goldfajn — ex-presidente do Banco Central (BC) e atual diretor licenciado do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI) — à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) voltou a ganhar força às vésperas das eleições, que ocorrerão no domingo.

Os sinais da equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que não vão se opor ao seu nome fortaleceram a candidatura. Ilan foi indicado para a concorrência pelo atual governo.

O novo posicionamento da equipe de transição gerou boa vontade dos demais países membros, que na semana passada receberam sondagens do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para tentar adiar a eleição para que ela ocorresse com Lula no Planalto. O pedido foi negado pelo BID.

Depois desse episódio, Mantega saiu da equipe de transição e Celso Amorim, ex-chanceler que comanda a área de relações internacionais da equipe de Lula, deu entrevista afirmando que o presidente eleito “não se opõe” ao nome de Ilan.

Após a ação de Mantega, ganharam força os candidatos do Chile, Nicolás Eyzaguirre, ex-ministro da Fazenda dos governos de Ricardo Lagos e Michelle Bachelet; e do México, Gerardo Esquivel Hernández, vice-presidente do Banxico, o BC mexicano.

Entretanto, o novo posicionamento da equipe de Lula voltou a dar força para a candidatura de Ilan.

A Argentina também nomeou Cecilia Todesca Bocco como candidata, assim com o Trinidad e Tobago colocou o nome de Gerard Johnson.

A eleição, no domingo (20), deve ter dois turnos, devido às regras do banco. Para vencer, o candidato precisa ter obter os três quesitos: mais de 50% dos votos; obter 15 dos 28 votos de países regionais; e conseguir 25 dos 48 votos. O BID tem 48 países membros, inclusive nações doadoras, como europeus e asiáticos.

Os EUA têm 30% do poder de voto, seguido por Brasil e Argentina (10,75% cada um), México (6,91%), Venezuela (5,76%), Canadá (4%), Chile e Colômbia (2, 95% cada um).

O Brasil nunca comandou a entidade, que tem mais de 60 anos, que no ano passado desembolsou US$ 23,4 bilhões em financiamentos, um recorde em sua história. O BID já foi chefiado já foi ocupado por um chileno, um mexicano, um uruguaio, um colombiano e mais recentemente um americano (Mauricio Claver-Carone, indicado no governo Trump que deixou a instituição em setembro após recomendação da diretoria executiva do banco após denúncias de relacionamento inapropriado com sua chefe de gabinete).

Nascido em Israel mas crescido no Rio, Ilan é formado pela UFRJ e tem doutorado pelo MIT (EUA). Ele disse ao Globo, em sua primeira entrevista desde que assumiu sua candidatura ao BID, que acredita que o cenário global turbulento, com alta de juros e desafios ambientais, reforça a importância do BID, ao mesmo tempo em que amplia as vantagens para a América Latina.

"A região pode se posicionar como parte da solução dos atuais problemas globais", afirma, citando a pandemia, a invasão russa à Ucrânia, os desafios energéticos e a busca de americanos e europeus de reduzirem a dependência chinesa.

"É uma região relativamente pacífica sob o ponto de vista dos grandes conflitos globais. Mas esta posição estratégica não está garantida, depende de investimentos, alívio de gargalos e reforço às instituições para estabelecimento de ambientes econômicos amigáveis".

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