Carlos Fávaro defende regulamentação de biodiesel B20
Ministro da Agricultura participou da abertura da 4ª Biodiesel Week
Autoridades do governo, parlamentares, pesquisadores, representantes da indústria de biodiesel participaram, em Brasília, nesta quinta-feira (10), da abertura da quarta edição do Biodiesel Week. O evento é organizado pela União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) e conta com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agroenergia; e do Fórum ProBrasil.
Na abertura do Biodiesel Week, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, lembrou que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, em março deste ano, o aumento para 12% da mistura de biodiesel ao diesel vendido no Brasil, a partir de abril.
O ministro defendeu a regulamentação do uso da mistura de 20% de biodiesel (B20) no abastecimento de veículos movidos a diesel, o que reduziria a emissão de dióxido de carbono (CO2), em comparação ao uso de diesel fóssil puro. “Não é possível discutir mais a despoluição do mundo e captura de carbono e, por outro lado, consumir produto fóssil, combustível fóssil. É inconcebível ter que consumir diesel S 500, que é altamente poluidor, altamente carregado em enxofre, no momento em que o mundo fala em descarbonização, em limpeza do planeta.”
Carlos Fávaro destacou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva valoriza os biocombustíveis e, por isso, o ministro entende que o Programa Nacional de Biocombustível voltou a dar segurança jurídica ao setor. “Com a retomada deste programa, com previsibilidade, pode-se olhar para frente. Ninguém investe bilhões de reais, como foi investido, para ver vulnerabilidades. Retroceder naquilo que já tinham conseguido era um absurdo gigante.”
"[O biocombustível] é matéria limpa nossa, que gera emprego e oportunidades na agricultura familiar, que garante estabilidade no mercado de soja e, consequentemente, no mercado das carnes. A gente precisa dar destino ao óleo. E precisamos diminuir as imprevisibilidades, as incertezas, nas cabeças dos produtores e empresários que investiram e não sabiam o que fazer se o programa [Nacional de Biocombustível] acabasse”, destacou Fávaro, ao falar sobre as vantagens do combustível renovável.
A 4ª Biodiesel Week ocorrerá até esta sexta-feira (11), em Brasília. Entre os temas que estão sendo discutidos estão longevidade do uso do biodiesel, inovação, contribuição do biocombustível para a produção de alimentos e desenvolvimento da agricultura familiar, bem como adoção de novas tecnologias.
O presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, expôs as reivindicações dos empresários do setor e cobrou que o biodiesel seja incluído no projeto de lei sobre o Combustível do Futuro, que terá o objetivo de incentivar a pesquisa e estimular a produção de energia limpa, para integrar políticas de descarbonização no país.
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A liderança da Ubrabio apontou o biodiesel como bom substituto do óleo diesel e que servirá para contribuir para sustentabilidade social, ambiental e econômica, com a previsão de redução de custos.
Juan Diego Ferrés citou a expectativa de aumentar o teor de biocombustível no diesel para 15% (mistura B15), em 2025 e foi além. “É um momento ímpar para discutir o aumento para 20%. Não há necessidade de novos testes. O biodiesel é um extraordinário substituto ao óleo diesel por sua ‘renovabilidade’, sequestro de carbono, geração de empregos e atração de investimentos ao país.”
O secretário de Desenvolvimento Industrial, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira Lima, representando o ministro Geraldo Alckmin, disse que a pasta é favorável ao biodiesel como estratégia de inovação e sustentabilidade para a população e a indústria brasileira. “O papel do biodiesel é extremamente central e estratégico no programa e no projeto de governo do presidente Lula.”
“A transição energética e a sustentabilidade são a maior janela de oportunidades para o Brasil liderar um processo de desenvolvimento econômico, superar a armadilha da renda média e fazer com que o povo brasileiro se beneficie das riquezas naturais que este país tem, com mais inovação, com mais sustentabilidade e com um futuro garantido”, ressaltou Moreira Lima.
O secretário adiantou que o MDIC está em contato com representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) para debater a incorporação do biodiesel no PL do Combustível do Futuro. “Esse diálogo está sendo feito. O PL do Combustível do Futuro é um grande projeto que está dentro do pacote de transição ecológica que o governo está anunciando.”