Carros elétricos disparam no Brasil; veja os 10 modelos mais emplacados no 1º semestre
Relatório da ABVE aponta que a maioria dos emplacamentos é de veículos da tecnologia BEV, que são os carros totalmente elétricos
Num momento de pressão de fabricantes de veículos para que o governo antecipe o aumento do imposto de importação dos carros elétricos e híbridos, a venda desses veículos dispara no Brasil.
Segundo um relatório da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), os emplacamentos subiram 146% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os números englobam todos os emplacamentos realizados nesses meses, de nacionais e importados. Nos seis primeiros meses do ano foram registrados 79.304 veículos leves eletrificados. O relatório aponta ainda os modelos de automóveis movidos a baterias mais vendidos no primeiro semestre do ano no país.
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As categorias hatch e SUV lideram o mercado, e as tecnologias com maior saída são BEV (31.204 modelos), veículos totalmente elétricos que utilizam a bateria recarregável como fonte única de energia e PHEV (23.296 modelos), que são carros híbridos que combinam um motor elétrico com uma bateria recarregável.
O estudo também mostra que os estados da região Sudeste do Brasil são os maiores consumidores de veículos elétricos, acompanhados pelo Distrito Federal. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, juntos, representam 47,2% do mercado brasileiro, enquanto o Distrito Federal aparece na lista com pouco mais de 8%.
Além disso, o material publicado pela ABVE indica que BYD, GWM e Toyota se destacam como as principais montadores de veículos elétricos no acumulado do semestre. A chinesa BYD vendeu por aqui 32.574 carros, contra 12.730 da GWM e 10.541 Toyota. Os números ajudam a entender os modelos mais comercializados e emplacados do semestre.
Veja abaixo a lista com os 10 veículos elétricos mais emplacados no território brasileiro durante o primeiro semestre de 2024:
1. BYD Song Plus GS DM
Este é o modelo de veículo elétrico mais vendido no primeiro semestre do mercado brasileiro. Trata-se de um SUV híbrido plug-in equipado com um motor 1.5 aspirado de 110 cv e 13,8 kgfm que se soma a um motor elétrico de 79 cv e 32,2 kgfm, somando 235 cv.
O Song Plus também conta com um kit Multimídia DiLink com tela flutuante de 12,8 polegadas (aprox. 33 cm), responsável pelo gerenciamento da conectividade do modelo. Que também conta com quatro entradas USB e 9 alto-falantes, que ajudam o passageiro a desfrutar uma experiência mais confortável no seu amplo espaço interno.
2. BYD Dolphins Mini GS EV
O hatch é um carro 100% elétrico que possui um motor de 75 cv, capaz de gerar uma autonomia de 280 km no ciclo INMETRO. Assim, ele leva o título de carro mais econômico do mercado, fazendo menos de R$ 0,09 por km.
Sua segurança também merce destaque, pois equipado com seis air-bags, freios a disco nas quatro rodas e uma estrutura composta por 61% de aço, ele oferece um conjunto que possibilita uma direção mais segura e uma resistência acima da média em casos de colisões.
3. BYD Doplhin GS 180 EV
Com design inspirado nos movimentos dos golfinhos, o BYD Dolphins GS 180 EV chama atenção pelos seus traços e detalhes no interior, mas também possui tecnologia de última geração, desenvolvida para gerar maior segurança e economia para quem o utiliza.
O Dolphin utiliza a plataforma e-Plataform 3.0, desenvolvidade pela BYD para veículos puramente elétricos. Proporcionando condução em baixa temperatura, ela promove uma experiência de condução inteligente, criando um veículo mais eficiente. O modelo possui autonomia de 291 km.
No interior, o modelo é equipado com uma tela touchscreen de 12,8 polegadas com o sistema Intelligent Cockpit System, responsável por integrar o comando de voz as funções do carro. Outro ponto do interior do veículo, bem recebido pela crítica especializada, é o grande espaço consequente da longa distância entre eixos do Dolphin.
4. Toyota Corolla Cross XRX Hybrid
Em quarto lugar está este SUV da Toyota, equipado com um sistema híbrido flex com potência de 101 cv (Etanol) / 98 cv (Gasolina) no motor a combustão e 72 cv no motor elétrico. Potência combinada de 122 cv. Torque de 14,5 Kgfm no motor a combustão e 16,6 Kgfm no elétrico.
Seu sistema de segurança é um diferencial na briga por um espaço no mercado. O Corolla Cross XRX Hybrid é equipado com 9 air-bags, assistente de pré-colisão frontal com alertas sonoro e visual (PCS⁸) e, se necessário, frenagem automática. Além de controle eletrônico de estabilidade veicular (VSC⁹).
5. GWM Haval H6 Premium HEV
O SUV híbrido da GWM também configura entre os mais vendidos do primeiro semestre do ano. Com motor 1.5 turbo de injeção direta a gasolina e 16 válvulas, o carro possui debaixo do capô uma bateria de 19kWh capaz de gerar uma autonomia elétrica de 74 km, conforme o Inmetro e uma potência combinada de 326 cv. Seu carregamento DC 30 - 80% em aproximadamente 28 minutos é um diferencial.
6. GWM Haval H6 Premium PHEV
Este é um híbrido plug-in que apresenta um motor a combustão com um motor elétrico que apresentam juntos uma potência de 326 cavalos e uma autonomia de 65 km em modo elétrico. O modelo se destaca pela economia, apesar do tamanho, ele possui um consumo médio de 19 km/l. Além disso, chama atenção pelo espaço interno, tendo como maior diferencial um porta-malas de 580 litros.
7. GWM Haval H6 GT
Este é o veículo mais caro da marca no Brasil, custando aproximadamente R$ 315 mil e se destaca dentro do mercado de utilitários esportivos médios de luxo. A versão promete desempenho esportivo combinado com economia. Assim, apresenta 116 km de autonomia em modo elétrico (segundo o Inmetro), além de um tanque de combustível de 55 litros, portanto, tendo uma autonomia total de aproximadamente 1.000 km.
Com rodas Aro 19, queda do teto em estilo cupê e linhas inspiradas em modelos esportivos, o Haval G6 GT também se destaca pelo design, que busca dar jus ao desempenho acima da média da categoria em que o carro se encontra. O veículo acelera de 0 a 100 km/h e, 4,8 segundos.
Essa marca é resultado de um motor 1.5 turbo de quatro cilindros a gasolina, com 171 cv e 29 kgfm, com outros dois motores elétricos, um em cada eixo do veículo, com 136 cv e 25 kgfm cada. Então, o modelo possui uma potência total de 393 cv e 77,7 kgfm de torque. No entanto, mesmo com tanta potência, não é incomum ver proprietários reclamarem dos ferios, pois é preciso apertar o pedal com força e antecipadamente para se alcançar o efeito esperado.
8. GWM Ora 03 Skin BEV 48
Esse foi o último lançamento da GWM no Brasil, completando a família de carros eletrificados com opções HEV, PHEV e BEV. Ao contrário dos outros modelos híbridos desenvolvidos pela marca, o Ora 03 Skin é totalmente elétrico.
O motor fica localizado no eixo dianteiro e oferece 171 cv de potência, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 8,2 segundos. Para dar conta do bom desempenho, o carro é equipado com uma base energética com bateria de 48 kWh, com isso, o carregamento de 10% a 80% pode ser feito entre três e cinco horas com carregadores de corrente alternada (AC) ou 30 a 40 minutos na corrente contínua (DC).
9. BYD Seal AWD GS 590 EV
O Seal AWD GS 590 EV é um sedã elétrico da BYD, com potência máxima de 531 cv, torque máximo de 590 nm e aceleração de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos. A sua bateria Blade (LFP) de 82,56 kWh produz uma autonomia de 372 km.
Também se destaca a conectividade do carro, com duas entradas USB dianteiras, duas traseiras, conexão de rede 4G, Intelligent Cockpit System com tela flutuante de 15,6 polegadas e zona dupla de comando de voz.
10. BYD Dolphin Plus 310 EV
Esta é a versão top de linha do Dolphin, com bateria de 60,5 kWh de capacidade, contra 45 kWh do Dolphin de entrada. Com maior capacidade, ele tem uma autonomia de 330 km pelo ciclo PBEV, sengundo o Inmetro. Seu motor tem aproximadamente 204 cv e ele acelera de 0 a 100 km/h em 7 segundos.
Este carro possui um porta-malas de 345 litros, destaque na categoria, no entanto, o espaço só é possível devido à ausência de estepe, um sinal de alerta para quem gosta de pegar estrada com o carro.
O que dizem as siglas nos elétricos?
Com a chegada dos carros elétricos ao mercado brasileiro e seu aumento crescente nos últimos trimestres, novas siglas relacionadas aos carros passaram a fazer parte do cotidiano do consumidor. Assim, algumas dúvidas podem surgir sobre os seus significados.
Portanto, é importante saber que as siglas BEV, PHEV, HEV Flex, HEV e MHEV referem-se a tipos de veículos com níveis diferentes de eletrificação no sistema de propulsão. Veja abaixo um pequeno dicionário das siglas dos elétricos.
BEV
Battery Electric Vehicle (BEV) refere-se a um veículo totalmente elétrico que utiliza de bateria recarregáveis como única fonte de energia, logo, sendo movido por motores elétricos e recarregado em estações de carregamento.
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PHEV
Plug-in Hybrid Electric Vheicle (PHEV) diz respeito aos veículos híbridos que combinam um motor elétrico e uma bateria recarregável. Diferente do HEV, essa bateria pode ser recarregada conectando-se a uma fonte de eletricidade externa, como uma tomada ou uma estação de carregamento, além da possibilidade de ser recarregada pelo motor a combustão e frenagem regenerativa.
HEV
Hybrid Electric Vehicle (HEV) é a sigla utilizada para aqueles que combinam um motor a combustão interna, geralmente a gasolina, com motores elétricos. Muitas vezes, podendo trabalhar com ambos os tipos de motores e recarregar a bateria com auxílio do motor a combustão, além da frenagem regenerativa.
HEV Flex
Hybrid Electric Vehicle Flex é uma tecnologia parecida com a HEV, mas com seu motor a combustão podendo utilizar mais de um tipo de combustível. No Brasil, geralmente as opções são gasolina e etanol.
MHEV
Mild Hybrid Electric Vehicle (MHEV) é a tecnologia que usa um motor a combustão interna sustentado por um motor elétrico, que ajuda na aceleração e outras condições de alta demanda de energia, embora não seja capaz de mover o veículo sozinho. Essa bateria elétrica costuma ser recarregada principalmente pela frenagem regenerativa.
Cada uma dessas tecnologias oferece suas vantagens e desvantagens em termos de eficiência energética, emissões e custos operacionais.
BEV (Baterry Electric Vehicle)
Vantagens
- Não emite gases poluentes durante seu funcionamento;
- Motores elétricos mais eficientes do que os motores a combustão;
- Menor número de peças móveis e menor desgaste;
Desvantagens
- A autonomia desses veículos pode ser abaixo dos concorrentes a combustão;
- Seu tempo de recarga pode ser de várias horas, dependendo da estação disponível;
- O Brasil ainda não é uma referência em infraestrutura de recarga;
- Os preços de comercialização ainda são mais elevados
PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle)
Vantagens
- Permite que o motorista escolha entre eletricidade e gasolina, oferecendo flexibilidade e conveniência;
- Pouca dependência de combustíveis fósseis;
- Quando operam em modo elétrico, emitem zero poluentes
Desvantagens
- Preço elevado;
- Sistema aumenta consideravelmente o peso do veículo, impactando no desempenho e eficiência de combustível operando apenas com combustão;
- Manutenção e reparos com altos custos;
- A autonomia em modo totalmente elétrico é menor do que de um BEV
HEV (Hybrid Electric Vehicle)
Vantagens
- Melhor eficiência de combustível quando comparado com motores a combustão interna;
- Emite menos gases poluentes do que veículos convencionais;
- É capaz de combinar autonomia do motor elétrico com a do motor a combustão;
- Recupera a energia da bateria durante a frenagem
Desvantagens
- Por enquanto possuem sistemas que demandam preços mais elevados para manutenção;
- Os preços sugeridos são elevados;
- Com baterias de maior porte, apresentam menor espaço de carga
HEV Flex (Hybrid Electric Vehicle Flex)
Vantagens
- Variadas opções de combustível;
- Menos emissões em comparação com veículos a combustão interna
Desvantagens
- Sistema flex e híbrido que possuem alto custo de manutenção;
- Preço elevado;
- Autonomia varia dependendo do combustível utilizado pelo condutor
MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicle)
Vantagens
- Mais barato que os veículos HEVs, porque a eletrificação é menor;
- Menos emissões de gases poluentes quando comparado a veículos convencionais;
- Reaproveita energia durante a frenagem
Desvantagens
- O motor elétrico não pode mover o carro sozinho;
- Menor economia de combustível e redução de emissões comparado a HEVs e BEVs
Deste modo, cada tipo de veículo possui um conjunto de benefícios e desvantagens que vai de encontro as necessidades e prioridades do usuário. No Brasil, segundo o relatório da ABVE, o top 3 de tecnologia mais comercializada no primeiro semestre do ano foi a BEV (31.204 unidades), seguida de PHEV (23.296 unidades) e HEV Flex (10.987 unidades).