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Carros populares: entenda as dificuldades do governo em reduzir o preço dos veículos

Em conversas com empresários, Geraldo Alckmin diz que o setor terá boas notícias no Dia da Indústria, próxima terça-feira

Indústria automobilísticaIndústria automobilística - Foto: Carlos Costa/AFP

O governo federal quer lançar medidas para incentivar a venda de automóveis, com destaque para os chamados "carros populares", categoria de veículos com motor 1.0, mas enfrenta uma série de dificuldades. Interlocutores de órgãos da área econômica confirmam estudos nesse sentido, mas fontes do setor automotivo ouvidas pelo Globo afirmam que as saídas são limitadas.

Em conversas com empresários, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirma que o setor terá boas notícias no Dia da Indústria, na próxima terça-feira. O anúncio será feito na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Os preços elevados dos automóveis incomodam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula já deu vários sinais de que gostaria de agradar a classe média, permitindo que os valores dos carros populares, considerados os mais baratos, ficassem em até R$ 50 mil.

Um executivo do setor automotivo ressaltou que a queda do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) e da Cofins seria uma possibilidade. No entanto, o IPI já foi reduzido algumas vezes no governo passado. A última diminuição ocorreu em agosto de 2022, com um abatimento no imposto de 24,75%.

 

Em um momento de debate sobre como organizar as contas públicas por meio de um ajuste fiscal que tramita no Congresso, uma nova desoneração pode não encontrar consenso internamente, devido a resistência de técnicos do Ministério da Fazenda.

Outra medida seria a redução do ICMS. Porém, a queda depende de decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne todos os secretários de Fazenda dos estados brasileiros.

Uma sugestão que surgiu no setor privado é o uso do FGTS como garantidor de empréstimos, o que tornaria o crédito mais atrativo em um momento de juros elevados no mercado.

Mas isso levaria a reclamações do setor imobiliário e de infraestrutura, que depende de recursos do fundo para alavancar investimentos. Além disso, o FGTS já tem sido usado para outras modalidades de estímulo ao consumo, como o saque-aniversário e a antecipação do saque, que funciona como empréstimo com garantias.

O Globo antecipou, no mês passado, que o governo queria a volta do carro popular "verde" e estudava o uso de parte do FGTS para a compra de carros novos, além de medidas para renovação da frota de carros leves.

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