NEGÓCIOS

Caso Americanas aumenta percepção de risco no sistema bancário

O escândalo contábil contribuiu para a elevação "significativa" das provisões bancárias, segundo relatório do Banco Central

Lojas AmericanasLojas Americanas - Foto: Mauro Pimentel / AFP

O Banco Central divulgou nesta quarta-feira (10) o Relatório de Estabilidade Financeira e indica que o resultado do sistema deve “continuar sob pressão no médio prazo”, com efeitos do caso das Americanas - que aumentou a percepção de risco. Em 2022, os bancos e instituições financeiras registraram lucro líquido de R$139 bilhões em 2022, aumento de 2% em relação ao total acumulado no ano anterior.

De acordo com o BC, a “materialização do risco” no caso Americanas contribuiu para a elevação “significativa” das provisões no quarto trimestre do ano de 2022 - que são os valores que as instituições financeiras “reservam” para possível inadimplência dos clientes, pessoas físicas ou jurídicas. Houve aumento de 25% na comparação trimestral, o que contribuiu para o “recuo” da rentabilidade do sistema financeiro no ano.

Ao longo do ano, o Banco Central identificou também o crescimento do crédito em linhas de maior risco, o aumento do comprometimento de renda das famílias e a redução da capacidade de pagamento de micro e pequenas empresas.

“A rentabilidade do sistema bancário recuou devido, principalmente, ao aumento das despesas com provisões. Embora o forte aumento dessas despesas esteja relacionado ao caso Americanas, a materialização de risco tem aumentado de uma forma geral. A rentabilidade deve continuar pressionada no médio prazo, considerando a perspectiva de atividade econômica mais fraca em 2023, menor crescimento do crédito e inadimplência e inflação elevadas”, diz o relatório do BC.

Investigações
A Câmara vai apurar, por meio de uma CPI, os fatores que levaram às inconsistências da ordem de R$ 20 bilhões detectadas em lançamentos contábeis da varejista, realizados no exercício de 2022 e em exercícios anteriores. O escândalo foi revelado no começo do ano, quando Sérgio Rial, então CEO da empresa, apresentou o rombo bilionário.

No momento, a companhia está em recuperação judicial com débitos que ultrapassam a casa dos R$ 40 bilhões

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