Crise

Caso Americanas tem impacto de R$ 719 milhões no resultado do Itaú

Custo de crédito do banco aumentou 22,7% no quatro trimestre afetado pelas revelações da varejista

Banco ItaúBanco Itaú - Foto: Reprodução

O Itaú Unibanco teve lucro de R$ 30,8 bilhões no ano passado, uma alta de 14,5% na comparação com 2021. Apesar disso, a instituição financeira afirmou em suas demonstrações contábeis que precisou fazer provisões no quarto trimestre para cobrir 100% da exposição devido "a um caso específico de empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial", em alusão à Americanas.

O impacto negativo dessa provisão no resultado recorrentre do último trimestre foi de R$ 719 milhões. O resultado do banco foi de R$ 7,7 bilhões de outubro a dezembro de 2022, uma redução de 5,1% na comparação trimestral. Sem a provisão que teve de fazer para cobrir as eventuais perdas com o rombo contábil da Americanas, portanto, o resultado desse períoro teria sido de R$ 8,4 bilhões, de acordo com as demonstrações financeiras do banco, divulgadas nesta terça-feira (7).

A chamada "despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa" do Itaú aumentou no quarto trimestre para R$ 9,9 bilhões, 19,7% a mais do que no terceiro trimestre de 2022 e um salto de 45,1% em relação à despesa no último trimestre de 2021.

O caso Americanas também gerou um impacto negativo no custo do crédito do Itaú, de acordo com os resultados. "O aumento do custo do crédito no trimestre ocorreu em função da maior despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa, principalmente nos Negócios de Atacado no Brasil", diz o banco, também em referência à varejista.

O custo do crédito do Itaú aumentou 22,7% no quarto trimestre, na comparação com os três meses anteriores, e chegou a R$ 9,8 bilhões em razão do caso Americanas. "Houve reforço na provisão para cobrir 100% da exposição, gerando um impacto de R$ 1.307 milhões (R$ 1,3 bilhão) no custo do crédito, com a diferença da exposição sendo reconhecida na provisão complementar".

O custo do crédito em 2022, incluindo despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa, foi de R$ 32,3 bilhões, 59,6% a mais que em 2021, "em razão principalmente da maior despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa nos negócios de varejo no Brasil", segundo o banco.

A carteira de crédito total do banco cresceu 11,1% em 2022, e chegou a R$ 1,14 trilhão em dezembro. Segundo o banco, "na carteira de pessoas físicas, o aumento está relacionado aos volumes de linhas associadas a crédito garantido, como imobiliário (23,8%), mercado em que estamos bastante ativos e lançamos novas funcionalidades para atender melhor o cliente; e também de outras linhas, como cartão de crédito (20,5%), em razão da maior utilização do produto e crédito pessoal (26,8%) na comparação com 2021".

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