Cautela fiscal e com China dificulta Ibovespa de subir com NY, após dez altas seguidas
Na sexta-feira, 12, o Índice Bovespa subiu 0,47%, aos 128.896,98 pontos, com ganhos de 2,08% na semana - a quarta alta semanal consecutiva
A valorização das bolsas em Nova York, na manhã desta segunda-feira, 15, e de 1,03% do minério de ferro no encerramento em Dalian, na China, é insuficiente para definir um rumo ao Ibovespa.
Isso porque há incertezas externas, após o atentado contra Donald Trump, e no Brasil por conta de impasses em relação ao fiscal.
Os juros futuros avançam, seguindo a elevação dos rendimentos longos dos Treasuries e do dólar, após a interpretação de que um eventual novo governo Trump traz riscos fiscais.
Os investidores monitoram com parcimônia a possibilidade crescente de uma nova gestão do republicano, dado o seu perfil um pouco mais favorável a gastos, o que eleva temores de mais inflação e de aumento do déficit dos EUA.
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Após a tentativa de assassinato ao candidato republicano, no sábado, 13, na Pensilvânia, a figura do ex-presidente dos EUA se fortalece. "Trump aparece agora como uma figura ainda mais forte", afirma Marcelo Vieira, head da mesa de renda variável da Ville Capital.
Porém, um eventual novo governo Trump traz cautela, pontua Vieira, dado o perfil mais inclinado a travar guerras comerciais e tensões geopolíticas. Durante a gestão passada, lembra, o republicano iniciou uma guerra comercial com a China de maneira explícita. "Não podemos esperar diferente, caso ele seja eleito, e isso pode significar um perigo maior para os Estados Unidos", avalia.
Ao mesmo tempo, o mercado avalia os dados de atividade da China, com alguns mostrando crescimento, mas abaixo do esperado, elevando preocupações de fraqueza do gigante asiático. As ações da Vale e do setor de metais no Ibovespa caem nesta manhã. No caso da Vale ainda pesam dúvidas sobre a nova gestão da empresa, pois ainda não se encontrou um nome para substituir Eduardo Bartolomeo no cargo da mineradora. Já os papéis Petrobras sobem, apesar do viés de baixa nas cotações do petróleo no exterior.
Outros papéis que ainda ficam no foco dos investidores são os mais sensíveis a juros, caso de bancos e varejo, menciona o economista-chefe da Monte Bravo Corretora, Luciano Costa. De fato, os papéis de grandes bancos cedem nesta manhã, bem como alguns ligados ao consumo, caso de Hypera Farm, que caía 1,97%, puxando o grupo das maiores quedas do Ibovespa. Já Suzano ON estava na ponta oposta, ao subir 2,18%. A valorização de Suzano ocorre após a companhia adquirir ativos de papel cartão da Pactive Evergreen por US$ 110 milhões.
Além de questões externas, as incertezas fiscais no Brasil também no foco dos mercados. A poucos dias do recesso parlamentar, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que "não há receptividade política" para um aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) como alternativa para compensar a renúncia fiscal da desoneração da folha de pagamentos, como defende a Fazenda.
Na sexta-feira, 12, o Índice Bovespa subiu 0,47%, aos 128.896,98 pontos, com ganhos de 2,08% na semana - a quarta alta semanal consecutiva.
Às 10h50 desta segunda, o Ibovespa caía 0,10%, aos 128.764,80 pontos, ante mínima aos 128.723,20 pontos (-0,13%) e máxima aos 129.185,03 pontos, quando avançou 0,22%. Abriu aos 128.898,40 pontos, com variação zero. Petrobras subia em torno de 0,60% e Vale caía 0,60%. Entre os grandes bancos, o recuo era moderado.