ENCONTRO

CEO da Azul, John Rodgerson comanda palestra para empresários no Recife

Uma das lideranças empresariais mais importantes da América Latina, Rodgerson veio a convite do Experience Club Nordeste para participar do CEO Lunch, evento promovido pela entidade

Rodgerson contou que a companhia foi salva pelos funcionários o período da pandemiaRodgerson contou que a companhia foi salva pelos funcionários o período da pandemia - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O Brasil tem apenas 3% dos voos do mundo, mas ao mesmo tempo detém 98% dos processos judiciais do setor. A informação é do CEO e cofundador da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, uma das lideranças empresariais mais importantes da América Latina, que comandou a palestra do CEO Brunch, evento promovido pelo Experience Club Nordeste, ontem (8), no Armazém Blu’nelle, na região central do Recife.

Rodgerson, que é norte-americano e reside no Brasil há 15 anos, explicou, com um exemplo, o porquê do alto percentual dos processos judiciais.



“Nós temos um voo hoje à noite do Recife para Natal, que está fechado pelo mau tempo, e nosso voo atrasa por dez horas. Quando o passageiro chega lá, já tem alguém tentando comprar o processo por R$ 300”, explicou Rodgerson.

De acordo com ele, a pessoa que comprou o processo do passageiro alega à companhia que ele perdeu, por exemplo, o enterro do pai por conta do atraso do voo, e pede danos morais por conta disso, valores que chegam a R$ 10 mil.

Acontece que o dinheiro não vai para o passageiro, que adquriu o bilhete aéreo, mas para o advogado que o abordou  na chegada ao aeroporto e comprou o direito de reclamar por ele. 

“Faz mais de dois anos que a Azul colocou o escritório dela em prática em todo o País, ajudando a gente a lutar contra essas coisas que não ajudam o Brasil”, disse ele. Ao falar sobre as dificuldades da gestão dele, Rodgerson começou pelo período da pandemia.

"Imaginem vocês que 80% dos nossos custos são dolarizados e, de repente, de mil voos passamos para 70 voos. Eu tinha naquela época 14 mil funcionários, que tinham que receber salários, nenhum dinheiro entrando, e todos os clientes (que haviam comprado passagens da companhia) pedindo o dinheiro de volta”, relembrou ele.

A Azul, líder em voos e destinos no Brasil, foi salva, segundo ele, pela própria cultura da empresa. "Tivemos 13.716 dos nossos funcionários que levantaram a mão e falaram: 'eu vou tirar uma licença não remunerada para salvar nossa empresa'. (...) Foi através dessa ajuda dos próprios funcionários que a Azul se salvou”, contou ele.

Pernambuco
Como resultado, o executivo afirmou que o Estado onde a companhia aérea mais cresceu desde 2020 foi exatamente Pernambuco. “Eu não sabia a força de Pernambuco, não sabia a força do Recife. A Faria Lima não conhece a força que vocês têm. Vocês têm que acreditar mais e mostrar quem vocês são. Vocês são uma força para o Brasil. Nós fizemos essa aposta aqui e hoje temos cem voos por dia”, comemorou.    

Segundo o executivo, hoje a Azul tem mais ou menos 40 cidades conectadas ao Recife. “Antes de a Azul fazer essa grande aposta aqui, se você estivesse no Recife e quisesse ir a Salvador, Maceió, Natal, Belém, Manaus, ia (primeiro) a Brasília ou São Paulo”, afirmou.

Logística
Segundo Rodgerson, há cinco anos, quando alguém acessava sites como o do Mercado Livre, Amazon ou Magalu para fazer uma compra, tinha que esperar entre dez e 14 dias para receber o produto adquirido, realidade que foi alterada com a entrada da Azul no setor de logística. “Hoje em dia, a gente entrega pacote em qualquer lugar do Brasil em menos de dois dias”, revelou.

Esse serviço, disse ele, fez com que a forma como as pessoas fazem negócios no Norte e Nordeste do Brasil  melhorasse, porque podem produzir aqui e entregar em qualquer lugar do mundo, graças a Azul. “Se você for ao Sul da França e comer uma manga, (a fruta) veio pela Azul, de Petrolina para a Europa”, exemplificou.

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