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Alimentos

Cesta básica aumenta R$ 100 em um ano no Brasl

De acordo com o levantamento nacional do Dieese, no Recife, os alimentos ficaram 21,73% mais caros de março de 2021 para março de 2022

Cesta básica do Recife fica mais cara em marçoCesta básica do Recife fica mais cara em março - Foto: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco

Fazer a feira do mês se tornou uma preocupação para muitas famílias. É que o valor dos alimentos está pesando no bolso nos últimos meses. No mês de março, comparado a fevereiro, o preço médio da cesta básica subiu em todas as 17 capitais brasileiras analisadas na Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Somente no Recife, o aumento foi de 2,25%, com a cesta de março calculada em R$ 561,57. Em uma avaliação ainda mais dura para o consumidor, a cesta básica subiu 21,73% nos últimos 12 meses, um valor de R$ 100,24 a mais.

Quase um terço dessa elevação dos últimos 12 meses ocorreu no primeiro trimestre deste ano, um aumento de R$ 29,20. “Isso significa uma consistência no aumento dos preços dos alimentos. Em março, a gente teve alta nas 17 capitais pesquisadas, com maior elevação no Rio de Janeiro [7,65%] e menor em Salvador [1,46%]”, explicou Jackeline Natal, supervisora técnica do Dieese em Pernambuco. 

Em relação ao custo da cesta básica de março, São Paulo foi a capital com maior custo (R$ 761,19), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 750,71). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 524,99), Salvador (R$ 560,39) e Recife (R$ 561,57)

Alimentos no Recife 

Entre fevereiro e março deste ano, onze dos doze produtos que compõem a cesta no Recife tiveram elevação no preço médio, sendo a banana (13,77%), o tomate (4,95%) e o óleo de soja (3,16%) os maiores aumentos. Apenas a carne apresentou redução no preço médio, de 0,75%, o que representa apenas R$ 0,29, explicada pelo freio no consumo do alimento, segundo Jackeline Natal.

O tomate, por exemplo, aumentou seu valor em 16 capitais e a banana, em 11 capitais. “A banana e o tomate estão no período de baixa demanda, de entressafra. Pelos dados do Ceasa de Pernambuco, o tomate está na classificação de período de ausência ou escassez de oferta  entre fevereiro e junho. A banana prata ou pacovan apresenta  baixa oferta de março a agosto”, explicou Jackeline. 

O tomate já vinha em uma base alta de preço. “O tomate já vinha em um patamar mais elevado, com problemas climáticos na região produtora, que afetaram a oferta e a qualidade. A região serrana do Rio de Janeiro é uma grande produtora de tomate”, complementou ela.

Efeitos da guerra  

O óleo de soja teve elevação em todas as capitais. Os aumentos no mercado externo e no varejo podem ser explicados pelo alto preço do petróleo, que torna vantajosa a produção de biocombustíveis. Além disso, houve aumento da demanda externa por óleo de soja, devido à redução da produção de óleo de girassol na Ucrânia, afetada pela guerra com a Rússia, e de óleo de palma na Indonésia.

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