China espalha aço pelo mundo, mas crise leva a produção de suas siderúrgicas a nível baixo
No último mês, a produção de aço bruto no país asiático caiu 10,4% em relação ao ano anterior. Empresas do país desligam fornos ou exportam produto a baixo custo para outros países
A produção de aço da China caiu mais de 10% em agosto em relação ao ano anterior, já que a indústria sofreu com preços baixos e uma queda prejudicial na demanda.
O mês passado foi um período particularmente brutal para o maior setor siderúrgico do mundo, com o principal fornecedor China Baowu Steel Group Corp. alertando sobre condições cada vez mais sombrias.
À medida que as usinas lutavam contra perdas cada vez maiores em cada tonelada de aço que produziam, mais delas optaram por fechar os fornos. Outras preferem exportar, inundando os mercados de outros países — inclusive o Brasil — com aço barato.
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A produção de aço bruto no país asiático caiu 10,4% em relação ao ano anterior, para 77,9 milhões de toneladas, de acordo com o National Bureau of Statistics.
Esse é o agosto mais fraco para qualquer ano desde 2017 e aprofunda o declínio geral deste ano. Os volumes totais dos primeiros 8 meses do ano foram 3,3% menores, para 691,4 milhões de toneladas.
A demanda por aço na China está caindo após mais de duas décadas de crescimento impulsionado pela rápida industrialização e urbanização do país. Este ano, e especialmente neste verão, uma queda contínua na atividade de construção piorou a situação.
Ainda assim, houve sinais modestos de recuperação até agora em setembro, com alguns preços do aço subindo e os futuros do minério de ferro se recuperando de uma queda abaixo de US$ 90 a tonelada, registrando um ganho semanal.
A economia em dificuldades da China — desde um mercado imobiliário abalado até a fraca confiança do consumidor — também está pesando na demanda por petróleo, conforme destacado repetidamente em um importante encontro do setor em Cingapura nos últimos dias.
O rendimento do petróleo bruto, um indicador que mostra a produtividade no maior mercado de refino de petróleo do mundo, caiu 6,2% em relação ao ano anterior, para 59,07 milhões de toneladas em agosto.