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Chineses desbancam Petrobras e levam mais da metade do petróleo em leilão do pré-sal

Certame arrecadou R$ 17 bilhões, acima da previsão de R$ 15 bilhões

Chineses desbancam Petrobras e levam mais da metade do petróleo em leilão do pré-salChineses desbancam Petrobras e levam mais da metade do petróleo em leilão do pré-sal - Foto: Stéferson Faria/Agência Petrobras

Com a ajuda dos chineses, a estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) arrecadou mais de R$ 15 bilhões no 4º Leilão de venda de óleo da União que está sob o regime de partilha. Foi o primeiro certame do ano, organizado pela B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.

As petroleiras chinesas Cnooc e Petrochina desbancaram a Petrobras em dois dos quatro lances após uma forte disputa pela compra do petróleo do pré-sal.

Dos 37,5 milhões de barris de petróleo vendidos, os chineses levaram 23 milhões de barris. O restante ficou com a Petrobras. O volume de óleo foi dividido em quatro lotes que serão produzidos nos campos de Mero e Búzios, ambos no pré-sal da Bacia de Santos, ao longo de 2025.

A PPSA é uma estatal que foi criada para gerenciar e fiscalizar a produção de petróleo e gás sob o regime de partilha. Nesse modelo, as petroleiras repassam parte da produção para o governo, cujo percentual é definido no momento do leilão do bloco.

Os recursos só entrarão no caixa do governo, via Tesouro, entre abril de 2025 e abril de 2026. A expectativa era de uma arrecadação de R$ 15 bilhões.

Na modalidade, vencem as propostas que tiverem o menor desconto em relação ao preço estabelecido pela PPSA.

Nesse leilão, foi estipulado como preço mínimo o valor do chamado "Brent datado", que tem como base o preço do petróleo bruto leve do Mar do Norte, acrescido de um desconto máximo de US$ 4,40 para os lotes de Mero e de US$ 4,25 para o lote Búzios.

Esse desconto ocorre porque o comprador precisa pegar o óleo diretamente na FPSO, em alto-mar.

Quem levou:

Mero - Lote 1 (12 milhões de barris)
O certame começou com o primeiro lote de Mero. A Petrobras levou com desconto oferecido de US$ 1,85 em relação ao Brent. Fizeram propostas ainda Cnooc (com desconto de US$ 2,55 em relação ao Brent), Galp (-US$3,10), Petrochina (-US$ 3,18), Refinaria de Mataripe (-US$ 3,30) e Total (-US$ 4,35)

Mero - Lote 2 (12 milhões de barris)
No segundo lote de Mero, houve concorrência entre Cnooc e Petrobras. Como a diferença entre as duas propostas foi originalmente inferior a US$ 0,40 por barril, iniciou-se uma disputa por viva-voz até que os chineses reduziram o desconto de US$ 2,05 para US$ 1,59. A Petrobras perdeu ao parar com desconto de US$ 1,61.

Fizeram propostas ainda Galp (-US$3,50), Petrochina (-US$ 2,78) e Refinaria de Mataripe (-US$ 2,95)

Mero - Lote 3 (11 milhões de barris)
A mesma concorrência ocorreu no lote 3 de Mero, entre os valores propostos por Petrobras e Petrochina. Assim como no lote anterior, os chineses levaram.

A Petrochina levou com desconto oferecido de US$ 1,35 em relação ao Brent, menor que o desconto original de US$ 2,20. A estatal perdeu ao parar o desconto em US$ 1,37. Também participou a Galp (-US$ 3,10).

Búzios -Lote 4 (2,5 milhões de barris)
No último lote do leilão, os 2,5 milhões de barris do campo de Búzios contou com a concorrência entre Petrobras, Cnooc e Prio, cujas propostas tiveram uma diferença inferior a US$ 0,40 por barril.

Na disputa, a Petrobras levou com desconto de US$ 1,85 e derrotou a Prio. Participou ainda do lote a Petrochina (-US$ 3,00)

Ao todo, dez empresas se habilitaram para participar do leilão, que foi organizado pela B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.

Estavam habilitadas para participar do leilão Petrobras e Refinaria de Mataripe, além das petroleiras ExxonMobil, Equinor, Galp, PRIO, Shell, TotalEnergies, CNOOC e PetroChina.

Este ano, a PPSA já arrecadou R$ 3,85 bilhões até julho referente a um leilão feito em 2021 e vendas no mercado livre (spot). Em 2023, a PPSA arrecadou R$ 6,02 bilhões.
 

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