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Coca-Cola envolvida em investigação sobre uso de água na Colômbia

A estatal Corporación Autónoma de Cundinamarca (CAR) anunciou que verificará as denúncias jornalísticas

Coca-colaCoca-cola - Foto: divulgação

Autoridades ambientais da Colômbia anunciaram, nesta segunda-feira (26), o início de uma investigação envolvendo uma envasadora da Coca-Cola por supostamente explorar irrestritamente a extração de água em um município andino em meio à seca e ao racionamento hídrico.

A gigante americana de bebidas foi recentemente mencionada em uma investigação jornalística que afirma que a marca Manantial (pertencente à Coca-Cola) estaria extraindo milhares de litros de água "sem restrições" em La Calera, uma cidade vizinha a Bogotá.

Desde abril, milhões de pessoas na capital colombiana e arredores sofrem com cortes periódicos no fornecimento devido ao baixo nível dos reservatórios e à falta de chuvas.

A estatal Corporación Autónoma de Cundinamarca (CAR) anunciou que verificará as denúncias jornalísticas.

"Na normativa é claro que o uso prioritário deve ser para o consumo humano e não para atividades industriais", disse Alfred Ballesteros, diretor da CAR, ao Noticias Caracol.

Em 11 de agosto, o portal jornalístico Vorágine informou que a Manantial, uma das sete envasadoras da Coca-Cola na Colômbia, estava extraindo mais de 279.000 litros diários de água de um córrego de La Calera em plena emergência hídrica.

A CAR realizará um "estudo hidrológico da microbacia (córrego) para entender qual é a oferta hídrica (...), qual é a demanda e, com base nisso, determinar se há água suficiente, em primeiro lugar para as comunidades e, em segundo lugar, para outros usos", acrescentou o diretor.

"Como autoridade ambiental, me preocupa mais que a população tenha acesso à água potável e não podemos privilegiar o uso de um particular em detrimento da comunidade", afirmou.

A Manantial tem licença para extrair 3,23 litros de água por segundo em La Calera desde 1981.

A multinacional americana não se manifestou publicamente sobre a reportagem, que cita agricultores da região afetados pela seca.

Segundo Ballesteros, está programada uma visita à envasadora para verificar, até meados de setembro, se a empresa cumpre com as medidas de compensação ambiental estipuladas pela lei.

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