Com alta de 1% do PIB, Brasil dá salto em ranking global e fica na 9ª posição
No ano passado, país ocupava o 21º lugar em levantamento com 34 países. Peru lidera lista e China fica em quinto
O Brasil melhorou sua posição no ranking de crescimento global neste primeiro trimestre de 2022. Segundo levantamento feito pela agência de classificação de risco Austin Rating, com avanço de 1% entre janeiro e março deste ano, o país ocupa a 9ª posição no índice que considera 34 países. O Brasil terminou o ano de 2021 na 21ª posição neste mesmo ranking.
No topo do ranking apareceu o Peru, com crescimento no primeiro trimestre de 2%, seguido das Filipinas (crescimento de 1,9%) e Canadá (1,6%). A China apareceu na quinta colocação, com expansão de 1,3% no período.
Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, o setor de serviços carregou o Produto Interno Bruto (PIB) nas "costas" neste primeiro trimestre. O crescimento de 1% surpreendeu o economista, que esperava uma expansão de 0,6% no período.
Leia também
• Economia brasileira cresce 1% no 1º trimestre, diz IBGE
• Petróleo vai a US$ 124; inflação nos países do euro bate recorde
• FGV: Indicador de Incerteza da Economia sobe 1 ponto em maio
- O setor de serviço puxou o PIB neste primeiro trimestre, enquanto a indústria continua patinando e a agropecuária recuou. A retomada de atividades como transportes, turismo, comércio, foi fundamental para este crescimento após as medidas drásticas tomadas durante a Covid-19 - diz Agostini.
Ele observa que enquanto a economia brasileira avançou 1%, outros países com economias fortes como a Alemanha (crescimento de 0,2% no primeiro trimestre e 20º lugar no ranking) e o Reino Unido (0,8%, 14º lugar no levantamento) cresceram menos.
Ele explica que estes países estão em fases diferentes do Brasil, que reabriu a economia depois deles.
- Por isso, o Brasil cresceu mais agora. Estes países já começam a voltar a uma certa "realidade" do crescimento de suas economias, embora estejam sendo afetados pelos efeitos da guerra na Ucrânia. Até mesmo a China já começa a mostrar desaceleração - observa Agostini.
A média geral de crescimento dos 34 países foi de 0,3%.
Ele pondera, entretanto, que o bom desempenho obtido pela Brasil de janeiro a março no crescimento econômico não deve se repetir nos próximos trimestres. O país deverá começar a sentir os efeitos da alta da Selic, que atualmente está em 12,75% ao ano. Além disso, o aumento de casos de Covid-19 no país acende a luz amarela.
- Mesmo que não sejam tomadas medidas drásticas, as pessoas tendem a se retrair e deixam de ir ao cinema, teatro, viajar, sair para fazer compras. E tem a inflação, que consome renda. As pessoas ficam mais cautelosas. Isso afeta negativamente o consumo e deve se refletir no desempenho do PIB nos próximos meses - diz o economista, que estima crescimento de 0,3% para este ano.
Veja os países que mais cresceram no primeiro trimestre:
1) Peru - 2%
2) Filipinas - 1,9%
3) Canadá -
4) Taiwan - 1,6%
5) China - 1,3%
6) Turquia - 1,2%
7) Tailândia - 1,2%
8) México - 1,0%
9) BRASIL - 1,0%
10) Colômbia - 1,0%
Fonte: Austin Rating