Com alta nos alimentos, 67% dos consumidores trocam de marca
Brasileiros também substituem fontes de proteína, e carne bovina perde espaço para frango e ovo
A inflação pode até ter dado uma trégua, graças à queda nos preços dos combustíveis e da energia elétrica. Mas a forte alta dos alimentos nos últimos 12 meses tem levado os brasileiros a trocarem as marcas que compram nos supermercados e a substituírem a carne por proteínas mais baratas.
Pesquisa feita pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostra que, em julho e agosto, 67% dos consumidores substituíram as marcas de produtos que consumiam habitualmente.
Não por acaso, o leite foi o item com maior substituição: 71% dos entrevistados citaram o produto. Em seguida, aparece óleo de soja (56%), arroz (43%), feijão (42%) e açúcar (33%).
Além de buscarem marcas mais baratas, o consumidor também substituiu seu cardápio de proteínas. A carne bovina, mais cara, perdeu espaço para o frango e o ovo.
Leia também
• Lula diz que aumentará salário mínimo acima da inflação
• Batalha contra a inflação ainda não está ganha, diz presidente do Banco Central
• Países da OCDE têm primeira queda de inflação em quase dois anos
A pesquisa mostra que 36% trocaram, no consumo de proteína in natura, a carne bovina pelo frango. E 22% substituíram pelo ovo. Houve troca também por suínos (19%) e por peixe (10%).
Os dados levantados pela Abras refletem uma mudança no consumo per capita de proteínas pelo brasileiro. Este ano, a previsão é de 24,8 quilos de carne bovina consumidas por habitante no Brasil, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) - o menor patamar em três décadas.
Em compensação, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo per capita de ovos atingiu 255 unidades em 2021, maior nível desde 2010. E o consumo per capita de frango chegou a 46 quilos por habitante, contra 45,27 quilos em 2020.