Economia

Com avanço de recuperação próximo a zero e alta inflação, setor industrial prevê estagnação em 2022

IndústriaIndústria - Foto: José Paulo Lacerda/CNI

O Produto Interno Bruto (PIB) do setor industrial do Estado caiu 3,7% no terceiro trimestre de 2021, se comparado ao resultado do mesmo período no ano passado. Já em relação ao comparativo de janeiro a outubro deste ano, o setor continua se recuperando dos efeitos da pandemia à economia, mesmo que lentamente, e chega ao avanço marcado em 7,9%.

Por isso e por causa da alta taxa de inflação, a projeção para o setor industrial pernambucano é de estagnação. Cézar Andrade, economista da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), analisa a situação considerando que o setor se manteve aberto por ser uma atividade essencial. “Isso gerou uma demanda represada e, com a reabertura dos demais setores econômicos, a atividade foi muito produtiva”, disse.

No entanto, 2021 ainda foi marcado por uma baixa na produção da indústria, em virtude do excesso de estoques e da dificuldade de se adquirir matéria-prima no mercado. Isto pode ser observado ao analisar a Produção Industrial Mensal (PIM-PF), medida pelo IBGE; de janeiro a outubro deste ano, o valor atingido foi de 0,7%.

O número de desemprego também é um grande fator para o setor industrial pernambucano. Já que, no atual ano, Pernambuco está com 19,3% da sua população desocupada (o que implica uma população que se encontra economicamente ativa e em busca de emprego). Este número indica que o Estado lidera o ranking dos estados brasileiros com o mesmo problema, além de também ser maior do que a média nacional (12,6%).

“Num país em crise, o emprego é o último ponto a se recuperar e na indústria estamos vendo que, dia após dia, o segmento vem resgatando o seu quadro de pessoal de antes da pandemia, motivado, sobretudo, pelo reaquecimento da construção civil”, afirmou Cézar.

Porém, a recuperação pode ser observada no Estado. A indústria pernambucana gerou, de janeiro a outubro de 2021, 12.785 empregos. Isto indica que, aos poucos, o setor está repondo o que foi perdido, principalmente no momento mais agudo da pandemia.

Já em relação ao mesmo período de 2020, o terceiro trimestre de 2021 conta com bons e diferentes resultados tanto para Pernambuco quanto para o Brasil. O PIB do Estado cresceu 2,4% e, o do Brasil, 4% (em relação ao mesmo trimestre do ano anterior). Além disso, também é possível o crescimento de ambas perspectivas no acumulado de 2021, com 5,1% em Pernambuco e 5,7% no Brasil.

“Isso aconteceu por conta da reabertura dos demais setores, o que provocou uma guinada maior em ambos os resultados, já que o crescimento deste ano foi em cima de um desempenho muito ruim registrado em 2020”, acrescentou Andrade, frisando que “qualquer melhora em cima de zero é boa”.

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