América do Sul

Com casos de gripe aviária na Argentina e Uruguai, empresas brasileiras reforçam segurança

Nos países vizinhos, doença foi detectada em aves silvestres

Foto: Reprodução

A confirmação de casos de gripe aviária na Argentina e no Uruguai, sendo este último num local a 180 quilômetros da fronteira com o Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, elevou as preocupações do setor. Embora nos dois casos a doença tenha sido detectada em aves silvestres, que foram encontradas mortas em parques nacionais, a indústria brasileira reforçou os protocolos de segurança. O Brasil nunca registrou um caso da doença e mantém status de país livre da doença.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa grandes empresas como BRF, Seara, que pertence a JBS, informou que os protocolos de biosseguridade brasileiros seguem elevados, em especial na proteção de seus planteis industriais.

Entre as medidas adotadas, estão a proibição de visitas às granjas e unidades produtoras, controle do fluxo de aves e rações, desinfecção de veículos, trocas de roupas, reforço às proteções nas propriedades contra aves migratórias. A entidade está em contato direto com o Ministério da Agricultura do Brasil, monitorando o quadro junto às nações vizinhas.
 

A ABPA também lidera o Grupo Especial para Prevenção de Influenza Aviária (GEPIA), que conta com a participação de representantes das associações estaduais, especialistas e representantes da avicultura nacional, que busca alinhar as ações necessárias, tanto de prevenção, quanto de contenção, se a gripe aviária chegar ao território brasileiro.

No Uruguai, cinco cisnes de pescoço preto apareceram mortos em Laguna Garzon, com sintomas da doença. Exames laboratoriais confirmaram os casos. Na Argentina, gansos andinos encontrados em Laguna de Los Pozuelos, na província de Jujuy, também testaram positivo para a enfermidade.

A situação registrada no Uruguai e Argentina, com aves silvestres, não suspenderia o comércio e exportações de produtos avícolas, conforme recomendações estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), lembra a ABPA.

Nélio Hand, presidente da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) diz que a prevenção já vem intensificada desde o segundo semestre do ano passado, quando começaram os casos na América do Sul. Países como Bolívia, Chile, Colômbia, Paraguai, Equador, por exemplo, já tinham apresentado casos da doença, que devastou planteis nos Estados Unidos, Europa e Japão, provocando alta de até 100% no prçeo dos ovos, que sumiram das prateleiras.

- As ações preventivas nos estabelecimentos avícolas brasileiros já ocorrem há vários anos, como exemplo: cerca, tela contra pássaros, desinfeção de veículos, controle de acesso de pessoas e veículos, programa de saúde das aves, rastreabilidade dos animais - diz Hand, lembrando que todo caso suspeito deve ser notificado às autoridades sanitárias.

O Ministério da Agricultura e Pecuária também já tem um plano de contingência no caso da entrada da doença no país.

"Se por acaso entrar a doença no país, o serviço veterinário oficial dos estados já entra com ações de bloqueio da área e outras ações previstas dentro do plano são executadas em um raio de 10 quilômetros da detecção", explicou em nota a coordenadora de Assuntos Estratégicos do Departamento de Saúde Animal do Ministério, Anderlise Borsoi.

Segundo o Ministério, o Brasil chegou a registrar três casos suspeitos da doença, mas testes feitos deram resultado negativo. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, lembrou que países como Bolívia, peru e Equador já apresentaram casos em granjas comerciais.

- Mas Argentina não, Uruguai não, Chile não e Brasil nem em aves silvestres. Então, estamos tomando providências preventivas... mas garantindo que, por ora, o Brasil continua com o status livre de influenza aviária - disse em coletiva.

A gripe aviária é uma doença que causa a morte das aves, mas raramente afeta os humanos.

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