Logo Folha de Pernambuco

bolsa de valores

Com commodities e China, Ibovespa cai 0,38%, aos 131,5 mil pontos

O giro financeiro foi a R$ 20,0 bilhões na sessão

Ibovespa cedeu 0,38% nesta terça-feiraIbovespa cedeu 0,38% nesta terça-feira - Foto: Rafael Matsunaga

Em sessão marcada por forte correção nos preços do minério de ferro e do petróleo nos mercados globais, o Ibovespa cedeu 0,38% nesta terça-feira, aos 131.511,73 pontos, operando em baixa desde a abertura, aos 132.015,79 pontos.

Na mínima do dia, o índice da B3 ficou não muito distante de testar o limiar dos 130 mil, aos 130.370,77. O giro financeiro foi a R$ 20,0 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa recua 0,21% e, no mês, perde 0,23% - no ano, cai 1,99%.

"No final de semana, surgiram rumores de que a China convocaria coletiva de imprensa para anunciar novos estímulos econômicos, algo que historicamente tem gerado impactos positivos em alguns setores da Bolsa brasileira, como frigoríficos, celulose e minério, altamente dependentes do mercado chinês", aponta Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, referindo-se ao leve desempenho positivo da B3, na segunda-feira, na abertura da semana.

No fato, veio o ajuste do mercado nesta terça-feira: autoridades chinesas decepcionaram ao comentar pacote de resgate anunciado pelo banco central chinês no mês passado, sem anunciar medidas adicionais expressivas.

A frustração contribuiu para a correção nas ações da Vale (ON -3,03%) e nas de Petrobras (ON -2,16%, PN -2,01%), com o minério em queda que chegou a 5% em Cingapura - e com o petróleo em baixa de 4,6% em Londres e em Nova York no fechamento da sessão.

Na reabertura dos mercados da China continental após longo feriado de uma semana, o minério também apresentou, por lá, queda aguda: em Qingdao, cedeu 5,06%, a US$ 104,33 por tonelada, e em Dalian recuou 2,37%, a US$ 111,62 por tonelada.

"Pressão inevitável, hoje, devido à frustração da expectativa com relação a novos estímulos na China. Havia uma onda de otimismo como não se via há muito tempo, que se espraiou do mercado chinês para o de commodities e outros mercados ao redor do mundo. E agora veio a frustração, com um volume de recursos novos bem abaixo do que se previa", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacando o ajuste de commodities e das ações correlacionadas, nesta terça-feira.

Dessa forma, para além de Vale e Petrobras, o setor metálico como um todo, em nomes como CSN (-4,70%), e o de energia, com Prio (-3,12%), estiveram entre os mais penalizados.

Na ponta perdedora, além das empresas citadas acima, destaque para Usiminas (-4,14%), CSN Mineração (-3,66%) e Braskem (-3,34%). No lado oposto, Cogna (+12,70%), Azul (+7,48%), Yduqs (+5,32%) e Pão de Açúcar (+4,90%).

"O mercado tinha grande expectativa quanto ao governo chinês anunciar um grande pacote de estímulos nessa volta do feriado. Com a frustração, veio a queda das commodities, piorando os termos de troca de países exportadores de insumos como o Brasil, com impacto para suas divisas - o que justifica a alta do dólar frente ao real", diz Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital. Assim, nesta terça-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,85%, a R$ 5,5328.

Para além da China, também teria contribuído nesta terça para a correção dos preços do petróleo a indicação de que o Hezbollah estaria aberto a acordo de cessar-fogo com Israel: o conflito no Líbano, com crescente temor de envolvimento direto do Irã, aliado do grupo xiita, resultou na recente escalada das cotações da commodity.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter