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Com foco no fiscal, Ibovespa inicia semana em baixa de 0,38%, aos 130,5 mil

Mais uma vez, a Bolsa brasileira caminhou em direção contrária a de Nova York

Pregão de bolsa de valoresPregão de bolsa de valores - Foto: Nelson Almeida/AFP

O Ibovespa iniciou a semana em baixa pela quinta sessão consecutiva, tendo saído dos 135 mil pontos no mais recente fechamento positivo, no dia 16, para o nível de 130 mil nesta segunda-feira, 23. Hoje, o índice da B3 oscilou entre 130.099,62 pontos, na mínima, e 131.065,44, na máxima da sessão correspondente à abertura.

Ao fim, mostrava perda de 0,38%, aos 130.568,37 pontos, com giro financeiro a R$ 19,6 bilhões. No mês, o Ibovespa recua 4,00%, colocando a queda no ano a 2,70%. A série negativa, que consumiu até aqui 4,5 mil pontos, é a mais longa desde a virada de maio para junho, quando o Ibovespa encadeou seis perdas diárias.

Mais uma vez, a Bolsa brasileira caminhou em direção contrária a de Nova York, onde os principais índices mostraram leves ganhos, hoje, entre 0,14% (Nasdaq) e 0,28% (S&P 500). Na B3, o desempenho de Vale (ON +0,31%) e Petrobras (ON +1,26%, PN +1,02%) foi decisivo para mitigar as perdas do Ibovespa, apesar do sinal negativo tanto do minério de ferro como do petróleo na sessão.

Na ponta ganhadora nesta segunda-feira, destaque para Santos Brasil (+16,44%), WEG (+3,43%) e Embraer (+2,20%). No lado oposto, Yduqs (-5,34%), Usiminas (-4,76%) e Vibra (-4,04%)

O desempenho de Vale e Petrobras foi essencial para contrabalançar o efeito negativo das ações de grandes bancos, que chegaram ao fechamento com perdas na casa de 2% para Bradesco (ON -2,42%, PN -2,58%) e Santander (Unit -2,17%).

"O mercado reagiu ao relatório de receitas e despesas divulgado na sexta-feira após o fechamento do pregão. E que apontou uma redução no valor total da contenção de gastos, para R$ 13,3 bilhões, com reversão de parte das medidas de contingência. O déficit primário, de R$ 28,3 bilhões, manteve-se dentro da faixa de tolerância", aponta a Guide Investimentos, em nota.

"Boletim Focus desta semana trouxe, pela manhã, alta nas projeções para Selic e inflação. O mercado ainda mostra preocupação com o fiscal, o que bate nos juros futuros como visto hoje, e com efeito também na Bolsa, que se inclina para baixo ante a abertura da curva de juros", resume Mariele Ludtke, operadora de renda variável da Manchester investimentos.

"Amanhã teremos a ata do Copom, que pode explicar um pouco melhor a decisão de aumento de juros da semana passada. A meu ver, o tom será mais duro. As projeções de inflação e de PIB estão aumentando a cada semana. E se o governo não começar, realmente, a cortar gastos, apenas aumentar Selic não adiantará para conter a inflação", diz Hemelin Mendonça, sócia da AVG Capital.

"Desde a última 'super quarta' em que se consumou alta da Selic e queda de juros nos EUA, o apetite por renda variável tem sentido esse ajuste nos juros, mas a Bolsa brasileira mostrou uma estabilidade maior, hoje, com fluxo mais acomodado. O momento ainda é o de absorver este cenário de possíveis novas altas para a Selic até o fim do ano", diz Charo Alves, especialista da Valor Investimentos.

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