PRODUTO INTERNO BRUTO

Com PIB mais forte, analistas revisam projeções para o ano e já veem crescimento acima de 2%

Resultado melhor que o esperado, em especial pelo desempenho robusto do setor agrícola, leva economistas a estimarem maior dinamismo da atividade econômica

Colheita de SojaColheita de Soja - Foto: Arquivo / Agência Brasil

Em meio ao salto da agropecuária, a alta de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) neste primeiro trimestre do ano - o primeiro resultado sob o governo Lula - surpreendeu analistas e já leva a revisões para o crescimento da economia em 2023.

Com a economia crescendo mais do que o esperado, analistas agora já veem espaço para um avanço acima de 2% da economia neste ano. Se confirmado, será um crescimento mais próximo ao observado no ano passado, quando fechou em 2,9% - segunda alta após o baque da pandemia, quando despencou 3% em 2020.

João Savignon, head de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, afirma que a projeção de 1,8% para o PIB deste ano será revisada por algo próximo de 2,5%, "por conta do excelente desempenho do agronegócio e da manutenção do crescimento dos serviços".

Felipe Kotinda, economista do Santander, explica que o resultado do primeiro trimestre implica em uma forte passagem de 2,4% para 2023. Ele lembra ainda que o resultado positivo do setor agrícola deve ter impacto nas próximas leituras.

"Diante disso, estamos revisando nossa projeção de PIB 2023", disse o economista, ao ponderar que a dinâmica apresentada desde o ano passado, de política restritiva do Banco Central e perspectiva de desaceleração do crescimento global, ainda são desafiadoras.

MB Associados aumentou sua projeção para o crescimento da economia este ano. Passou de 1,3% para 2,1%, mas tudo indica que deve ser ainda mais alto e a previsão sofrer mais revisões.

“Mesmo para entregar esses números, os demais trimestres do ano precisariam cair na margem. Ou seja, para crescer 2,1% teríamos que ter uma recessão em todo o restante do ano. Não parece ser o caso em um momento de discussão de início de queda de juros no segundo semestre, inflação desacelerando e mercado de trabalho dando sinais ainda fortes até abril. Há chances reais de revisões serem feitas para cima e um PIB que no começo do ano parecia perdido, conseguirá reverter a tendência por conta das commodities”, diz o relatório divulgado nesta quinta-feira.

Perspectiva é de desaceleração na ponta
Apesar do crescimento das expectativas, economistas ressaltam a perspectiva de desaceleração da atividade econômica ao longo do ano. Por isso, há contrapesos nessa balança.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, avalia que o crescimento surpreendente do primeiro trimestre deve provocar aumento das projeções para o ano e fazer o PIB fechar ao redor de 2%, principalmente pelo fator do carrego estatístico - quando o resultado de um trimestre impacta positivamente os trimestres seguintes, considerando taxas de variação nulas ao longo do ano.

"Porém, os juros altos, a dissipação dos efeitos do impulso da agropecuária e o cenário externo incerto devem desacelerar o PIB", explicou.

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