Carnaval

Comércio já está aquecido para o Carnaval, mas lojistas esperam fluxo mais intenso nos próximos dias

Sombrinhas de frevo, fantasias diversas e muitos adereços colorem as lojas do Centro do Recife

Sombrinhas de frevo, fantasias diversas e muitos adereços colorem as lojas do centro do RecifeSombrinhas de frevo, fantasias diversas e muitos adereços colorem as lojas do centro do Recife - Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco

Fantasias, confetes e serpentinas. O Carnaval está chegando, e o comércio já iniciou as vendas de artigos temáticos para a época. Sombrinhas de frevo, fantasias diversas e muitos adereços colorem as lojas do Centro do Recife. Na manhã desta segunda-feira (23), na rua das Calçadas, no bairro de São José, área central da capital pernambucana, a movimentação de clientes era intensa e muitos já garantiam itens para a Festa de Momo. 

A supervisora de aeroporto Maria Aparecida do Nascimento Claudino, 42, levou as filhas Catarina, de 8 anos, e Maria Helena, 10, para escolherem as fantasias que vão usar no bloco de Carnaval da escola. Catarina decidiu ir vestida de anjo e Maria Helena, de fada

Catarina, Maria Helena e Maria Aparecida na Casa Lapa. Foto: Júnior Soares/ Folha de Pernambuco

“Elas são recifenses e é muito importante trazer no sangue a cultura do nosso Pernambuco. É importante também elas escolherem as fantasias. Quando elas estão pequenininhas, os pais determinam as fantasias, mas chega uma certa idade que elas têm que ter autonomia para escolher”, afirmou a mãe. 

Já a comunicadora visual aposentada Vera Cabral realizava pesquisas de preços dos artigos carnavalescos para fazer adereços. Para Vera, os valores estão mais altos em comparação com os anos anteriores, mas nem por isso a animação foi embora. “As pessoas estão muito empolgadas, muito felizes, é como se estivesse renascendo a vida, está tudo muito positivo”, pontuou. 

Comunicadora visual aposentada Vera Cabral. Foto: Júnior Soares/ Folha de Pernambuco

O casal César Hiroshi Komiya e Luciana de Oliveira são da cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, e fazem parte do Grupo Arrasta Ilha, que tem como objetivo difundir a cultura do Maracatu de Baque Virado. Eles vieram ao Recife com o intuito de visitar grupos de maracatus e levar a cultura para o Estado do Sul. Pelas lojas da rua das Calçadas, César e Luciana procuravam artigos carnavalescos para levarem de recordação. 

“A lembrança que a gente mais leva não é nem material, não é nenhuma fantasia para a minha filha, são muitas lembranças das pessoas e acho que é o que mais me encanta. A gente conheceu Dona Glorinha do Coco, em Santo Amaro, conhecemos pessoas muito importantes que, às vezes, a gente não dá valor e é uma cultura pura”, afirmou César. 

César Hiroshi Komiya e Luciana de Oliveira. Foto: Júnior Soares/ Folha de Pernambuco

Luciana, que é porta-estandarte do Grupo Arrasta Ilha, ressaltou os grupos que visitou na capital pernambucana: Estrela Brilhante do Recife, Estrela Brilhante de Igarassu, Porto Rico, Leão Coroado e Encanto do Pina.

“A gente tem esse grupo de pesquisa na Universidade Federal de Santa Catarina que vai fazer 21 anos e a gente procura estudar algumas das principais nações aqui de Recife. Sempre que é possível, a gente faz esse trabalho que estamos fazendo agora, que é chamado residência artística. A gente vem com um grupo e visita  as comunidades, os mestres e bebe na fonte do que é o Maracatu de Baque Virado para levar isso”, destacou Luciana. 

Comerciantes esperançosos 
Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife), a expectativa é de que haja incremento entre 10% e 12% nas vendas deste ano no comércio do Recifee em comparação com o mesmo período de 2022. 

“Ano passado, não tivemos Carnaval de rua, nem Galo da Madrugada e nem grandes eventos no calendário. Este ano, há uma expectativa muito grande da população e das empresas ligadas à data para comemorar. E o comércio está preparado para atender tanto a população quanto empresas que precisam adquirir itens diversos”, disse o presidente da CDL Recife e do Sindilojas, Fred Leal. 

De acordo com Leal, além de movimentar o comércio, o Carnaval também anima outros setores como o de turismo, serviços de bares e restaurantes, de mobilidade, artistas e de entretenimento.

A gerente da Casa Lapa (loja de aviamentos, tecidos, confeitaria, artigos de época e festas), Janaína Fernandes, salientou que a expectativa é de que as vendas aumentem após dois anos sem a realização da festividade nas ruas. No local, os clientes podem comprar fantasias de R$ 60 até R$ 600, dependendo do modelo e do fornecedor, além dos mais diversos adereços. 

“A expectativa é a melhor possível. Nesse momento, as pessoas que estão vindo na loja são as ligadas a  a maracatu, a escola de samba, a todo tipo de agremiação. Desde novembro, eles começaram a vir porque são grandes grupos, têm que começar bem antes", explicou.

"O público final, que são os da fantasia, dos adereços, a gente espera que venha a partir desta próxima semana em diante, que é quando termina a fase de volta às aulas e começam a pensar no Carnaval”, disse Janaína. 

Segundo ela, as fantasias mais procuradas este ano são as de frevo e da personagem da Família Addams, Wandinha, que virou febre após a série produzida pela Netflix. Além disso, alguns artigos já estão esgotados, como a sombrinha de frevo. 

“As sombrinhas de frevo eu só tenho as que estão na loja agora, não tenho mais estoque; até pela questão da demanda do Galo da Madrugada, que este ano também homenageia o frevo”, apontou Janaína. 

Gerente da Casa Lapa, Janaína Fernandes segurando a fantasia de Wandinha Addams. Foto: Júnior Soares/ Folha de Pernambuco

Para o comerciante Leonilson da Silva, 79, que trabalha como camelô há 45 anos na rua das Calçadas, a expectativa também é positiva. No local, as fantasias variam de R$ 40 a R$ 130. As roupas de super-heróis e dos personagens Goku, Moana e Arlequina são as que mais estão em alta. 

O comerciante Leonilson da Silva segurando as fantasias à venda. Foto: Júnior Soares/ Folha de Pernambuco

“Para ser o começo de janeiro, não está vendendo muito, mas está sempre pingando alguma coisa. Muita gente chega procurando a fantasia, não leva, mas depois volta. Estamos aguardando os foliões. Daqui até o dia 15 de fevereiro, esperamos que venda muito ainda”, enfatizou Leonilson. 

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