Comércio repete frustração com vendas na Black Friday e tem o pior Natal em 3 anos, aponta Serasa
Data é uma das mais aguardadas do varejo, mas economista avalia que brasileiro utilizou 13º salário para pagamento de dívidas em vez de presentear amigos e familiares
Apesar de ser uma das datas mais aguardadas pelo comércio, o Natal deste ano registrou as vendas mais fracas dos últimos três anos, aponta um levantamento da Serasa Experian. Nem mesmo a onda de calor, que impulsionou a procura por ar-condicionado e ventilador, alavancou os resultados da data, que, teve uma queda de 1,4% durante a semana do feriado, na comparação com o ano passado.
Leia também
• Vendas cresceram 3,1% no Natal nos EUA, estima Mastercard
• Precisa trocar os presentes de Natal? Procon explica o que e como deve ser feito
• Black Friday tem retração no comércio digital, faturamento menor e recorde de reclamações
A redução nas vendas foi ainda mais acentuada no fim de semana do Natal — entre 22 e 24 de dezembro — com uma redução de 10,7% em relação ao mesmo período do último ano — 16 a 18 de dezembro. De acordo com a Serasa, as vendas do varejo físico em São Paulo expressaram diminuição de 1,2% durante a semana do feriado e 9,6% no final de semana, ante os mesmos períodos de 2023.
Fim de ano fraco para o varejo
O economista da Serasa Experian Luiz Rabi aponta, em comunicado divulgado pela Serasa, que uma das justificativas para esse resultado é o fato do dia 24 ter sido um domingo, dia tradicionalmente mais fraco para o comércio.
Mesmo com a maioria dos trabalhadores brasileiros recebendo o 13º salário, o fim do ano vem contrariando as apostas do varejo.
Os primeiros resultados do Natal de 2023 repetem as vendas fracas da Black Friday, que frustrou o setor durante a famosa última sexta-feira de novembro. Rabi, da Serasa, avalia que muitos brasileiros escolheram usar o 13º para pagar renegociações de dívidas.
“Com a inadimplência marcando números recordes este ano, a prioridade dos consumidores foi a reestruturação financeira ao optarem por utilizar o 13° salário para o pagamento e renegociação de dívidas, deixando as compras e presentes de Natal em segundo plano”.