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Audiência pública

Comissão avalia como o hidrogênio verde se insere no setor energético nacional

Reunião, que tem como tema "O setor energético e o segmento do hidrogênio verde", será realizada nesta quarta-feira (16), às 14h

Cid Gomes preside a Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio VerdeCid Gomes preside a Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde - Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O Senado realiza nesta quarta-feira (16), às 14h, audiência pública interativa que terá como tema “O setor energético e o segmento do hidrogênio verde”. O debate é promovido pela Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde, presidida pelo senador Cid Gomes (PDT-CE). Instalada em abril, a comissão foi criada para avaliar, no prazo de dois anos, os programas de governo sobre o hidrogênio verde, de modo a fomentar o ganho em escala dessa tecnologia de geração de energia limpa.

Para isso, a comissão pretende ouvir especialistas por meio de audiências públicas, conhecer experiências domésticas e internacionais, bem como analisar as propostas em tramitação no Congresso Nacional com objetivo de propor a regulamentação necessária para a segurança jurídica e econômica da produção de hidrogênio verde.

De acordo com o site especializado Além da Energia, o hidrogênio como combustível pode ser de diferentes “cores”. A classificação ocorre conforme a fonte de energia usada para produzir o hidrogênio combustível. Há o hidrogênio cinza, produzido a partir de combustíveis fósseis. Quando essa produção vem de gás natural e há captura e armazenamento de carbono, vem o hidrogênio azul.

Já o hidrogênio verde é aquele feito a partir da eletrólise. Porém, a energia inicial para a realização desse processo precisa vir de fontes renováveis para que o combustível se enquadre na categoria. Assim, a sua produção se dá sem a emissão de carbono. É por isso que especialistas veem este tipo de combustível como chave para um mundo mais limpo e sustentável. O uso mais conhecido do hidrogênio como combustível é nos automóveis, mas também pode ser usado na geração de energia para edifícios, entre outras.

O debate contará com a presença, já confirmada, da especialista de Desenvolvimento Industrial do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paula Bucchianeri de Nadai; do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Henrique de Saboia; e da gerente executiva ambiental e representante da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Erica Marcos.

A comissão ainda aguarda a confirmação do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica  (Aneel), Sandoval de Araújo Feitosa Neto; e da diretora-presidente da  Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Ana), Veronica Sánchez da Cruz Rios. A audiência pública será realizada na sala 15 da ala Alexandre Costa.

Visita
Os senadores Fernando Dueire (MDB-PE), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Cid Gomes (PDT-CE), que conduzem a Comissão sobre Hidrogênio Verde no Senado Federal, visitaram na última sexta-feira (11) o Parque Tecnológico Itaipu (PTI).  Eles foram conhecer de perto as iniciativas de produção de H2V e discutir com a equipe que atua no local o potencial e os desafios associados à produção desse combustível como uma alternativa sustentável e de baixa emissão de carbono.

O PTI, situado na área da Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, possui projetos em energia renovável há 20 anos e estuda a tecnologia do H2V há cerca de 10. Uma planta experimental para produção do energético por meio da eletrólise da água opera desde 2014. O local contempla um conjunto de equipamentos, incluindo compressão e armazenamento do hidrogênio, e ambiente de aplicação com a célula a combustível, o que permitiu o domínio dos processos e fixação de conhecimento no tema.

"Além de conhecer o que está sendo desenvolvido em Itaipu, nós da Comissão queremos nos colocar à disposição para contribuir nesse trabalho", disse o senador Cid Gomes, que preside o colegiado. "O Brasil precisa amadurecer uma legislação, que possa dar segurança aos investimentos na área de pesquisa e produção do hidrogênio verde. Esse energético aponta para o futuro e abre a porta para a reindustrialização do País. A cadeia de benefícios é  longa e múltipla", afirmou o senador Fernando Dueire.

 Na rota de trabalho dos senadores já foram visitados os portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará, onde o H2V tem iniciativas de produção. E para a próxima semana, a agenda dos parlamentares já está definida.

Visita da comissão ao Parque Tecnológico de Itaipu     Foto: Divulgação

Energia limpa
O hidrogênio é considerado por especialistas e estudiosos como o combustível do futuro, principalmente em sua versão sustentável - chamado de hidrogênio verde. Atualmente, o País é o terceiro que mais produz energia renovável no mundo, perdendo apenas para os EUA e a China. O NE concentra a maior movimentação em torno do H2V. A região quer se posicionar como um polo produtor, devido ao alto potencial para geração de energia solar e eólica, além da localização estratégica dos portos em relação ao mercado europeu.

“O Brasil tem tudo para ser a bola da vez no processo de transição energética que vive o mundo. É rico em recursos naturais, tem pioneirismo em energia limpa  e excelência na formação técnicos em academias espalhadas em diferentes capitais do país. A boa infraestrutura em portos vocacionados para plataformas de exportação de hidrogênio verde, como os portos do NE, pode e deve ser considerada na definição dos investimentos no setor”, finalizou senador pernambucano.

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