Economia

Como e por que fazer a inclusão digital dos idosos

Pesquisas mostraram que os idosos estão cada vez mais conectados à internet

A terceira idade está cada vez mais conectada às tecnologiasA terceira idade está cada vez mais conectada às tecnologias - Foto: Divulgação

Realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2017, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) mostrou que pessoas que estão na terceira idade, isto é, aquelas que têm 60 anos ou mais, estão cada vez mais conectadas à internet.

A pesquisa mostrou também que, de forma geral, os brasileiros de todas as faixas etárias, como os adolescentes e adultos, passaram a ter mais acesso à internet. De 2016 para 2017, houve um aumento de mais de 31% de internautas no país.

Um dado curioso, especialmente com relação aos “avôs” e “avós” internautas, é que o acesso se dá através de dispositivos móveis, como o 4G do celular. Ou seja, a terceira idade está conectada no smartphone.

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Diante desse cenário, que parece não ter volta, é imprescindível que os idosos aprendam a manusear um smartphone e todos os outros equipamentos tecnológicos, como computadores e mesmo smart TVs, com destreza. Não por acaso, o número de pessoas dispostas a ensiná-los em cursos de curta duração é também maior.

Por que fazer a inclusão dos idosos no mundo digital

Segundo o IBGE, a população idosa do Brasil em 2018 era de 28 milhões de pessoas, e a expectativa do próprio Instituto é de que, em dez anos, o número de idosos chegue a mais de 38 milhões de pessoas. A projeção para 2030, por exemplo, é de que, pela primeira vez, a população idosa brasileira seja mais numerosa que a de crianças, passando dos 43 milhões.

A tendência é que os idosos continuem utilizando os dispositivos digitais. Considerando também que eles deverão se aposentar mais tardiamente devido à reforma da Previdência, ensiná-los a usar essas tecnologias não é bem um hobby, mas sim uma necessidade.

Inserção ou manutenção dos idosos no mercado de trabalho

O acentuado aumento do número de idosos e as dificuldades do governo federal em equilibrar as finanças públicas têm levado nossos legisladores a repensar a idade mínima para a aposentadoria.

Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro apresentou um texto para a nova Previdência em que as idades mínimas sofreram consideráveis alterações: os

homens deverão atingir 65 anos para conseguir o benefício do Instituto Nacional de Seguridade Social, e as mulheres, 62 anos.

Para ser absorvida pelo mercado de trabalho, essa mão de obra precisa se adaptar, já que as empresas estão cada vez mais exigentes com relação ao nível de conhecimento em tecnologias e informática, por exemplo. Ou seja, um dos motivos de investir nessa inclusão é ajudar os idosos a encontrar postos de trabalho.

Garantir maior independência para os idosos
A internet é um ambiente repleto de possibilidades. Ali é fácil, por exemplo, fazer compras on-line, seja em supermercados, farmácias ou lojas de roupas. Também é possível procurar assistência médica e hospitalar, além, é claro, das infinitas possibilidades de entretenimento e lazer.

Abrir esse mundo para os idosos é garantir que eles tenham uma vida mais independente, que possam realizar as suas tarefas sem muitas limitações e que tenham, acima de tudo, qualidade de vida.

Prevenção contra fraudes e golpes
Abrir a Caixa de Pandora que é a internet também tem seus riscos, como, por exemplo, o contato com as pessoas mal intencionadas do mundo virtual. Por isso, outro motivo de fazer a inclusão da população idosa no universo digital é preveni-la de possíveis fraudes e golpes comuns.

Logo, a inclusão digital não é apenas ensinar a ligar o computador ou a usar os aplicativos nos smartphones. A inclusão é ajudá-los a conhecer melhor o ambiente virtual, garantindo que tenham know-how para navegar com segurança e qualidade.

Como fazer a inclusão dos “vovôs”
Um dos principais estigmas contra os quais os idosos precisam lutar é o de que a partir de certa idade eles não conseguem mais aprender coisas novas. As pessoas que lidam diretamente com a terceira idade, como os médicos geriatras, por exemplo, apontam justamente o efeito danoso desses estigmas sobre a autoestima dos idosos.

Com uma autoestima mais frágil, o processo de aprendizado pode ficar mais difícil. Por isso, para realizar a inclusão digital desse grupo é necessário trabalhar aspectos mais subjetivos, como a própria autoestima e a confiança. Eles precisam se sentir confiantes no processo de aprendizado, e também por isso os instrutores devem ser ainda mais pacientes.

É sempre importante reforçar que a inclusão digital não pode ser impositiva e que os idosos devem ter autonomia para decidir quando e como ingressar nesse universo.

Concomitante a isso, a sociedade precisa entender que essas pessoas têm plenas condições não só de aprender e estar no mundo digital, como fazer dele também a sua morada

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