Juros

Como fica o seu bolso com a Selic em alta?

Com os juros se mantendo em 13,75%, os consumidores precisam ficar mais atentos

A compra do automóvel precisa ser analisadaA compra do automóvel precisa ser analisada - Foto: Arquivo/Agência Brasil

Pelo sexto mês consecutivo, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a taxa Selic em 13,75%, na busca de segurar o consumo e a inflação. A Selic é a taxa básica de juros na economia brasileira, e acaba influenciando todas as demais taxas de juros do Brasil, como as cobradas em empréstimos, financiamentos e até as que atingem o retorno em aplicações financeiras e, consequentemente, é um tipo de controle da inflação. Com isso, muitos brasileiros se perguntam se é a hora certa de investir em um bem material ou deixar para quando ela estiver mais baixa.

“Se a taxa de juros aumentar, ela vai retardar o consumo, porque o crédito fica mais caro, e o parcelamento também. É importante dizer que essa taxa de juro é a taxa mínima da economia, que é a taxa que significa o empréstimo de banco para banco, a taxa ao consumidor final é muito maior do que isso. E se ela é alta, faz com que as pessoas evitem, no momento que a gente vive de recuperação da economia, o consumo ou parcelamento em grande quantidade. Se ela diminuir, por sua vez, as pessoas vão começar a consumir e aí vai ter uma corrida pro consumo,  compra a prazo e isso vai gerar inflação”, explica o economista e professor do Centro Universitário Tiradentes, Paulo Alencar.

Compra do automóvel

A taxa Selic influencia diretamente em quem pretende adquirir um automóvel, já que ela se baseia em financiamentos. “A taxa Selic alta mantém os preços mais estáveis, pois inibe o aumento do consumo. Ainda mantém o preço do combustível mais estável e dos outros custos de manutenção, embora reduza a compra de novos carros por financiamento”, continua o economista Paulo Alencar.

Visto isso, ele reforça que é preciso estudar bem suas opções antes de financiar um carro, medindo o que vale mais a pena para cada pessoa. Paulo lembra que a conta deve sempre considerar a distância diária e a quantidade de vezes que a pessoa se desloca. A decisão está relacionada a esta relação. Para distâncias curtas e com pouca frequência, melhor utilizar app/transporte público. Contudo, para necessidades diárias de vários deslocamentos e com variadas distâncias, melhor possuir um veículo próprio ou alugado", diz ele.

Uma alternativa que muitos brasileiros recorrem são os consórcios, pois eles não possuem juros. Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), em 2021, o Brasil chegou a uma marca de mais de 8 milhões de consorciados. A taxa de administração que é paga à administradora do consórcio não possui vínculos com a Selic, portanto não sofre alterações.  Ela é definida na assinatura do contrato e não muda.

Crescimento pós-pandemia

No começo da pandemia, em 2020, o valor da taxa Selic chegou a 2%, visto que muitos estabelecimentos estavam fechados e era necessário movimentar a economia. Com juros menores, o acesso ao crédito foi facilitado e as pessoas puderam fazer compras - mesmo que não na mesma dimensão por causa do desemprego, da perda de renda e até mesmo da insegurança gerada naquele momento. 

Já em março de 2021, a inflação começou a crescer novamente em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis e o Copom aumentou a taxa para desincentivar o consumo. 
Na penúltima segunda-feira (20), o boletim Focus divulgou, pela quinta semana consecutiva, que a projeção é que a taxa Selic chegue a 12,75% ainda no final deste ano, ou seja, o corte de um ponto percentual. Para 2024, a projeção é que ela caia para 10%.

Regra fiscal

Na última semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o novo arcabouço fiscal, apresentado  quinta pelo Ministério da Fazenda, não afeta diretamente a política monetária do País, mas pode alterar as expectativas de mercado, fator que impacta a decisão do BC sobre os juros. Na ata do Copom, o BC destacou que “um arcabouço fiscal sólido e crível” pode ajudar na desinflação.

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