Companhias aéreas estimam em R$ 15 mi prejuízo com incidente em Congonhas
Projeção é preliminar; empresas aéreas e operadores de aviação executiva estão em disputa por horários no aeroporto
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Eduardo Sanovicz, afirmou nesta terça-feira (11) que a estimativa da entidade é de que o prejuízo causado pelo avião executivo acidentado no Aeroporto de Congonhas, no último domingo, supere os R$ 15 milhões.
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A declaração foi dada por Sanovicz em entrevista à rádio CBN. O executivo ainda disse que mais de 35 mil passageiros foram afetados pelo incidente. Latam Brasil e Gol, duas das maiores companhias aéreas do país, estão entre as associadas da Abear, mas a Azul não faz parte da entidade.
O avião que paralisou a pista é o Learjet 75 prefixo PP-MIX, fabricado pela canadense Bombardier no ano de 2015, e pertence à concreteira Supermix. O jato, que tem capacidade de transportar nove passageiros, decolou de Foz do Iguaçu (PR) com destino a Congonhas e, na aterrissagem, os pneus traseiros do trem de pouso estouraram. A aeronave saiu da pista e ficou no local por nove horas.
Em nota, a Abear afirma que "os dados ainda não estão fechados" e que a cifra de R$ 15 milhões é uma estimativa inicial. Sanovicz afirmou que a conta leva em consideração custos como os de realocação de passageiros, como pagamento de hospedagem e transporte de quem teve voos atrasados.
— Em um primeiro momento somos nós, as grandes empresas aéreas, que arcamos com esses custos. O que faremos depois ainda é um debate a ser conduzido por nossas equipes jurídicas — disse o executivo à rádio CBN.
O episódio reacendeu uma disputa entre companhias aéreas e operadores da chamada aviação geral (executiva) pelo uso do aeródromo. Na última segunda-feira, a Abear divulgou uma nota sobre o tema em que pedia a restrição à operação de "aeronaves de baixa performance" na pista principal de Congonhas, aeroporto mais movimentado do país. Ocorre que o avião acidentado é um jato de alta performance, como o próprio Sanovicz admitiu na entrevista.
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— O caso do avião que se acidentou era avião de alta performance. O problema ali é outro, de que não havia infraestrutura no aeroporto, tanto por parte do operador da aeronave quanto da Infraero, para retirar aquele avião. (...) Na hora que você não tem o equipamento, você cria um problema em cascata — disse o executivo.