Bacia leiteira

Concessão de benefícios fiscais estimula bacia leiteira de Pernambuco

O Decreto 56.323 da governadora Raquel Lyra trata das operações com o leite e seus derivados para a indústria local e foi publicado no Diário Oficial do Estado

Produção de queijo coalho artesanal da empresa Leite Nobre, localizada em Venturosa, no Agreste de PernambucoProdução de queijo coalho artesanal da empresa Leite Nobre, localizada em Venturosa, no Agreste de Pernambuco - Foto: Divulgação

Com 27 municípios formando a bacia leiteira do Agreste ao Sertão, Pernambuco é um dos maiores produtores de leite do Nordeste. São cerca de 60 mil fornecedores que entregam, aproximadamente, 2,3 milhões de litros por dia. E para estimular essa cadeia produtiva, o governo estadual anunciou recentemente a concessão de benefícios fiscais para o setor a partir de uma construção coletiva.

O Decreto 56.323 da governadora Raquel Lyra trata das operações com o leite e seus derivados para a indústria local e foi publicado no Diário Oficial do Estado. A medida começou a valer a partir deste mês de abril e alcança duas atividades fundamentais: as indústrias e os pequenos produtores

Indústria
Para a área industrial de Pernambuco, será concedido um benefício fiscal na ordem de 50% a 75% do imposto devido, desde que, no mínimo, 90% do leite in natura adquirido seja de produtores pernambucanos.

“A intenção é você olhar toda a cadeia e tentar alcançar, com essa engenharia tributária, o produtor, a indústria e o consumidor final”, destacou o secretário da Fazenda de Pernambuco, Wilson José de Paula.

O diretor da Bom Leite, Júnior Galvão, afirmou que 100% do leite comprado pela empresa é de produtores pernambucanos. Hoje, a Bom Leite, localizada no município de São Bento do Una, no Agreste, trabalha com 50 mil litros de leite por dia. Com essa quantidade, são feitos 90 produtos. Ele destacou a importância do decreto para o setor.

“O intuito principal do governo é justamente fazer com que a indústria possa comprar mais leite dentro de Pernambuco, ao invés de comprar leite fora", disse ele.

A segunda iniciativa, de acordo com o decreto estadual, concede isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas saídas internas de produtos derivados do leite, como queijo, requeijão e doce de leite, realizadas pelo produtor rural, resultante da fabricação artesanal.

“Essas produções artesanais terão uma isenção. Elas já tinham uma isenção do queijo coalho e do queijo manteiga, e nós conseguimos uma alteração para que permita todos os tipos de queijo. A gente aumentou o portfólio de possibilidades para todos os queijos, doce de leite e requeijão”, ressaltou o secretário.  

Um dos beneficiados com a medida é Romildo Albuquerque, presidente da Certificação do Queijo Coalho (CQP) e fundador da Leite Nobre, empresa que produz queijo coalho artesanal desde 2002, localizada em Venturosa, também no Agreste.

“O povo estava precisando trabalhar com outros produtos e temos a matéria prima que é o leite. Esse decreto veio exatamente para facilitar e para que a gente possa diminuir a produção de queijo de coalho e começar a produzir outras coisas”, afirmou.

Benefícios
Algumas medidas para o setor ainda estão em tratativa, como a isenção na operação interestadual do leite e a isenção da manteiga do produtor rural. Para o leite, a proposta pretende autorizar o Estado de Pernambuco a conceder isenção nas operações interestaduais para Sergipe e Alagoas.

De acordo com Wilson José de Paula, as medidas serão avaliadas no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que acontece no dia 12 de abril, no Ceará. Após a publicação do decreto, a bacia leiteira foi tema de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), quando se discutiu o aumento preço do leite in natura produzido em Pernambuco, a ampliação do mercado e a competitividade em relação aos estados vizinhos.

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