Logo Folha de Pernambuco

AUXÍLIO BRASIL

Congresso promulga PEC dos Precatórios, que viabiliza Auxílio Brasil de R$ 400

Pacheco destacou que a proposta promulgada é o "primeiro passo" na busca por um espaço orçamentário suficiente para permitir, a partir de 2022, o pagamento do Auxílio no valor de R$ 400

DinheiroDinheiro - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Sob protestos de alguns senadores, o Congresso promulgou nesta quarta-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, que viabiliza o Auxílio Brasil de R$ 400. Parte do projeto, que envolve mudanças feitas pelos senadores, foi desmembrada e terá que ser apreciada pela Câmara dos Deputados na próxima semana.

"Sei que não foi fácil, sei que ainda existem divergências importantes a serem discutidas e analisadas, ma sei também que os membros deste Congresso souberam dar prioridade ao que interessa ao povo brasileiro, porque é disso principalmente que trata a PEC", disse o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após assinar a promulgação.

O senador explicou a divisão e disse que as mudanças feitas no Senado "aprimoraram" o texto da Câmara:

"O texto da PEC teve de ser dividido, de maneira que hoje estamos a promulgar os pontos em que houve acordo, os pontos comuns entre Câmara e Senado, pontos altamente relevantes, assim como são relevantes as inovações propostas pelo Senado, que aprimoram o texto da Câmara."

Pacheco destacou que a proposta promulgada é o "primeiro passo" na busca por um espaço orçamentário suficiente para permitir, a partir de 2022, o pagamento do Auxílio Brasil no valor de R$ 400 a pessoas em situação de vulnerabilidade.
 

A parte promulgada muda o teto de gastos (a regra que impede o crescimento das despesas da União acima da inflação) de maneira a abrir um espaço de R$ 62,2 bilhões no Orçamento de 2022.

Entre os dispositivos que ainda serão apreciados pela Câmara, na próxima semana, está o trecho que limita o pagamento de precatórios até 2026, com a vinculação do espaço fiscal para despesas previdenciárias e para o Auxílio Brasil e para gastos obrigatórios do governo. Além disso, o Senado sugeriu tornar permanente o novo programa social, que substituirá o Bolsa Família.

Precatórios são despesas do governo decorrentes de decisões judiciais, que podem chegar a R$ 89,1 bilhões no próximo ano, sem a PEC. O texto limita o pagamento dessas despesas.

A PEC limita esse pagamento, abrindo um espaço de R$ 43,8 bilhões. No total, a PEC libera R$ 106 bilhões em gastos.

Durante a etapa de discussões, senadores de diferentes partidos, como Simone Tebet (MDB-MS), José Aníbal (PSDB-SP), Paulo Rocha (PT-PA), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Alvaro Dias (Podemos-PR), criticaram a redação final do texto promulgado, que excluiu, entre outras coisas, a vinculação de todo espaço fiscal aberto com a proposta à seguridade social.

Depois do ato de promulgação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que atuou para que o maior bem alcançado pela PEC dos Precatórios fosse a criação do pagamento do Auxílio Brasil. Ele também criticou "versões" supostamente criadas por parlamentares voltadas para a disputa eleitoral de 2022.

"Quero deixar bem claro a todos os senadores que usaram a tribuna, as assessorias da Câmara e do Senado e as Advocacias das duas Casas tiveram, por parte do presidente da Câmara e do Senado, autonomia total para fazer promulgação técnica do que fosse comum entre as duas Casas", disse.

Ele afirmou que a Câmara assumiu um compromisso que está "acima das versões criadas em cima de palanques para 2022". Ele reforçou que vai pautar a proposta com as alterações do Senado na próxima terça-feira.

"O compromisso que a Câmara fez, de maneira firme, foi de procurar uma exceção ao seu regimento, para poder apensar o texto do Senado a uma PEC pronta para tramitação na Câmara e podermos analisar direto em plenário todas as respeitosas alterações que o Senado. Controle de mérito nem a Câmara fará ao Senado, nem o Senado fará à Câmara", declarou Lira.

A promulgação parcial da PEC é mais uma etapa na longa luta do governo de arrumar espaço no orçamento de 2022 para elevar o programa social e tentar melhorar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro no ano eleitoral. Primeiro, o governo definiu o fim do Bolsa Família, programa criado pelo petista Luiz Inacio Lula da Silva, e criou o Auxílio Brasil.

Mas pra ampliar o valor pago, foram feitas engenharias financiarias e jurídicas, que resultaram na PEC e na MP que criou o programa, ambas aprovadas na Semana passada no Senado.

Além disso, Uma medida provisória (MP) publicada na noite desta terça-feira permite o pagamento de um Auxílio Brasil de R$ 400 em dezembro para todos os beneficiários do programa. Antes, só estava garantido o valor normal do benefício, em média R$ 220.

A medida não é retroativa a novembro, mas autoriza ainda o pagamento dos valores em longo de 2022 — para isso, basta um decreto do presidente Jair Bolsonaro.

Para o próximo ano, porém, o governo conta com a PEC dos Precatórios, promulgada em parte nesta quarta. Com a promulgação fatiada, a proposta abre um espaço de cerca de R$ 62 bilhões no Orçamento do próximo ano.

É o suficiente para bancar o Auxílio Brasil, mas ainda não o espaço completo, de R$ 106 bilhões, que será usado também para gastos obrigatórios do governo.

Veja também

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Câmera de segurança filma momento em que robô com IA convence outros a "deixarem seus empregos"
IA

Câmera de segurança filma momento em que robô com IA convence outros a "deixarem seus empregos"

Newsletter