Consenso no BCE é de que era prematuro discutir cortes nos juros agora, diz Lagarde
Ela ainda chamou atenção para a estabilidade da inflação de serviços
Leia também
• Para Moody's, Argentina deve ter contração de 3% neste ano; inflação deve bater 300%
• Aneel calcula aumento das tarifas de energia em 5,6% este ano, acima da inflação
• Mercado reduz novamente previsão de inflação para 2024
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, garantiu que os dirigentes da instituição estão em consenso sobre a avaliação de que ainda é prematuro discutir cortes de juros neste momento. O comentário foi feito em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (25), minutos após a decisão da autoridade monetária de manter as taxas básicas.
Na ocasião, Lagarde acrescentou que os membros do Conselho concordam de maneira unânime que as próximas decisões do BCE precisam ser guiadas pela evolução dos indicadores econômicos.
A banqueira central evitou reafirmar a previsão que havia dado há alguns dias de que o BCE poderia relaxar a política a partir do verão local, que começa em meados de junho.
Mercado
Christine Lagarde ressaltou que os juros de mercado oscilaram ao redor da mesma faixa entre a reunião de dezembro e o encontro desta quinta, em um sinal de que as condições financeiras podem ter estabilizado.
Na coletiva de imprensa, Lagarde acrescentou que os juros elevados provocaram uma queda no crédito e aumento nas taxas de hipotecas, ao mesmo tempo em que os empréstimos para empresas estagnaram em novembro.
Inflação
A banqueira central garantiu que o processo desinflacionário está em curso, mas admitiu que observa com atenção a situação do transporte marítimo de cargos, no qual os custos estão crescendo "Estamos claramente interessados nos salários, mas também em outros dados", disse.
Christine Lagarde reconheceu os progressos recentes no combate à inflação na zona do euro e disse esperar uma contínua desaceleração dos preços ao longo deste ano. Também ressaltou que as expectativas inflacionárias, no geral, permanecem ancoradas em 2%.
Ela ainda chamou atenção para a estabilidade da inflação de serviços - um foco de preocupação dos principais bancos centrais do mundo. Também afirmou ver evidências de que o avanço nos salários está desacelerando.
Sobre o quadro de emprego, a dirigente pontuou que o mercado de trabalho segue "apertado", embora a demanda esteja perdendo força.