Logo Folha de Pernambuco

Economia

Consumo das famílias cresce 7,6% e puxa comércio e indústria

Atividade é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda

Comércio abertoComércio aberto - Foto: Agência Brasil

Estimulado pela injeção de cerca de R$ 400 bilhões em estímulos fiscais em três meses, o consumo das famílias brasileiras voltou a crescer no terceiro trimestre de 2020, em relação aos três meses anteriores. A expansão foi de 7,6% e se seguiu a uma retração de 11,3% no trimestre mais crítico da pandemia.
 
O dado foi divulgado nesta quinta-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e explica parte da alta de 7,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no período, puxando setores como o comércio e a indústria de transformação.
 
O consumo das famílias é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda, respondendo por quase 70% do cálculo do indicador, e tem sustentado a lenta retomada da economia nos últimos anos. Segundo o IBGE, o consumo teve contração de 6% em relação ao mesmo período de 2019.
 
A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, frisou que no terceiro o consumo de bens subiu bastante, especialmente bens duráveis e bens alimentícios da cadeia agroalimentar. "O consumo de serviços teve crescimento, mas foi bem menor do que a queda anterior, pois as famílias não voltaram a consumir no patamar anterior à pandemia", disse.
 
Com o consumo em alta, o comércio cresceu 15,9% no trimestre, em comparação com o trimestre anterior, o mais duro da pandemia. As indústrias de transformação avançaram 23,7%.
 
Os números do PIB mostram ainda que os investimentos públicos e privados na economia brasileira também cresceram no trimestre. A chamada Formação Bruta de Capital Fixo avançou 11% em relação ao mesmo período de 2019.
 
Palis ressalta, porém, que o desempenho é explicado pela baixa base de comparação com o segundo trimestre, quando o indicador caiu 16,5%. "No acumulado do ano, a queda é de 5,5%. E o país ainda tem investimento em equipamentos importados e como o dólar está alto, influencia para baixo", diz Rebeca.


A despesa de consumo do governo cresceu 3,5% em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE. O resultado desse componente é influenciado por fatores como números de matrículas nas escolas públicas, internações no SUS (Sistema Único de Saúde) e gastos com salários do funcionalismo.
 
Outros dois componentes da demanda são as exportações e as importações. As exportações tiveram queda de 2,1%, enquanto as importações caíram 9,6%. O câmbio é um dos fatores que explica o movimento.
 
"A importação cai devido à baixa atividade econômica e ao câmbio desvalorizado. Por outro lado, a exportação não cresceu devido aos problemas de parceiros comerciais. Além das quedas na importação e exportação de serviços como viagens internacionais, que despencou assim como transporte aéreo de passageiros", diz Palis.

 

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter