Coronavírus

Consumo de energia indica retomada em indústrias de bebidas e montadoras em maio

Em abril, o consumo de energia do setor havia caído 33% e relação ao mesmo mês de 2019. Em maio, a queda foi de 3%

Energia elétricaEnergia elétrica - Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
Dados sobre o consumo de energia indicam que, enquanto os setores industriais mais afetados pelo fechamento do comércio permaneceram com capacidade ociosa em maio, alguns segmentos já começaram a retomar a produção após a flexibilização do de medidas de isolamento no país.
 
Segundo dados divulgados nesta terça (9) pela CCEE (Câmara Comercializadora de Energia Elétrica), o consumo de energia no Brasil registra queda de 11% desde o início da pandemia, em comparação com o mesmo período de 2019.

Entre os segmentos industriais que mostraram recuperação no consumo em maio, o movimento mais intenso ocorreu entre os fabricantes de bebidas. Em abril, o consumo de energia do setor havia caído 33% e relação ao mesmo mês de 2019. Em maio, a queda foi de 3%.

Houve melhora também em manufaturados diversos (a queda no consumo foi de -23% para -16%), minerais não metálicos (-18% para -6%) metalurgia e produtos de metal (-9% para -3%) e papel e celulose (-9% para -5%).

A indústria automobilística, uma das mais atingidas pela crise, também mostrou evolução. Em abril, quando 64 das 65 fábricas do país chegaram a ter atividades suspensas, o consumo de energia do setor caiu 66%. Em maio, o recuo foi de 46%.

O consumo de energia é um dos indicadores da atividade industrial. A melhora nesses setores ocorre após o tombo recorde da indústria brasileira em abril, quando a falta de encomendas após o início da pandemia derrubou a produção em 18,8%.

Em estudo divulgado nesta terça, no qual prevê retração de 6% do PIB, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) avalia que o mês de abril foi o "fundo do poço" na crise provocada pela pandemia do coronavírus e que já há sinais de recuperação da atividade a partir de maio.

A retração em abril ocorreu em 13 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE e teve como principal influência a indústria paulista, que caiu 23,2%. Só se salvaram, segundo o instituto, Goiás e Pará, que têm forte presença de setores não afetados pela pandemia.

Entre estes, estão fabricantes de produtos considerados essenciais, como alimentos, remédios e produtos de higiene e limpeza. A indústria alimentícia e os serviços de saneamento foram os únicos a não reduzir o consumo de energia após a pandemia.

No comércio, houve alta em março, quando as pessoas correram aos supermercados para estocar alimentos e estagnação em abril e maio. Esse segmento ainda é beneficiado pelo funcionamento das atividades essenciais, como farmácias e supermercados.

Já os segmentos mais dependentes shoppings e lojas de rua, por outro lado, ainda amargam indicadores ruins. A indústria têxtil e o setor de serviços mantiveram em maio praticamente os mesmos patamares de abril: -45% e -29%, respectivamente.

Apesar da reabertura do comércio em diversos estados, os fabricantes de bens semi ou não duráveis esperam uma retomada lenta, já que as lojas têm estoques adquiridos antes da pandemia e o consumidor vive incertezas com relação ao risco de contaminação e à sua situação financeira.

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