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Economia

Contratação de crédito, investimento e seguros dos bancos é quatro vezes maior em canais digitais

As contratações de crédito, investimentos e seguros por celulares, tablets e internet banking dos grandes bancos cresceram 57,9% em 2019

CelularCelular - Foto: Divulgação

 As contratações de crédito, investimentos e seguros por celulares, tablets e internet banking dos grandes bancos cresceram 57,9% em 2019 contra o ano anterior, para um volume total de 780 milhões de transações, informou a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) nesta quinta-feira (18), por meio de sua pesquisa anual de tecnologia bancária.

O volume chega a ser quatro vezes maior do que as contratações feitas pelos meios tradicionais (agências, ATMs e postos de atendimentos bancários). O estudo não leva em consideração o volume de contratações feitos por fintechs e bancos digitais, que tiveram crescimento acelerado nos últimos dois anos.

As transferências por DOC e TED, também chegam a ser quatro vezes maiores nos meios digitais. Segundo o diretor setorial de tecnologia e automação bancária da Febraban, Gustavo Fosse, apesar de a pandemia do coronavírus acelerar a expansão no uso de celular e internet banking para transações financeiras, ainda não é possível dizer se o movimento terá impacto na redução de taxas de juros e nos preços cobrados em produtos e serviços.

"Vai da estratégia de cada banco", disse em entrevista com jornalistas. A pesquisa feita pela federação foi respondida por 22 bancos –que respondem por 90% dos ativos da indústria bancária. A adoção dos meios digitais vem em linha com a atual agenda do Banco Central –a chamada BC#–, que traz, em seu pilar de competitividade, maior foco em inovações e eficiências de mercado para o sistema financeiro.

O movimento também acontece no momento em que a prestação de serviços bancários ganha novos competidores, principalmente no segmento de meios de pagamentos. O aplicativo de mensagens Whatsapp anunciou, no início desta semana, que permitirá transferência de recursos, além do pagamento de compras. Em novembro, chega o PIX (sistema do próprio BC que permitirá pagamentos instantâneos). Há ainda a recente regulamentação do open banking (plataforma pela qual o consumidor poderá compartilhar seus dados financeiros com outras instituições em busca de condições de crédito melhores).

Segundo Fosse, a federação já está em um processo de avaliação técnica sobre a entrada do aplicativo de mensagens no mercado de meios de pagamentos. A entidade, diz ele, considera que a chegada do PIX e do open banking são oportunidades para o setor.

"Ainda desconhecemos os detalhes da operação do Whatsapp e estamos fazendo uma avaliação técnica. Não temos como nos pronunciar sobre isso até que essa avaliação seja feita", diz o executivo. "Em relação ao PIX e ao open banking, a Febraban vem apoiando fortemente o Banco Central desde o início e enxergamos ambas as frentes como oportunidades de levar melhoria de atendimento, agregar mais clientes e fazer negócios diferentes", completou.

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