Taxa de juros

Copom: projeção de IPCA em 12 meses até março de 2026 no cenário de referência sobe para 3,5%

Anúncio da atualização de sua previsão consta do comunicado sobre a decisão do colegiado de subir em 0,25 ponto porcentual a Selic em 10,50% ao ano/para 10,75% ao ano

Fachada do Banco Central, em Brasília Fachada do Banco Central, em Brasília  - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) informou nesta quarta-feira, 18, que a projeção do Banco Central para o IPCA acumulado em 12 meses até março de 2026 passou de 3,4% para 3,5% no cenário de referência.

O Copom retirou do comunicado o cenário alternativo de inflação.

O anúncio da atualização de sua previsão consta do comunicado sobre a decisão do colegiado de subir em 0,25 ponto porcentual a Selic em 10,50% ao ano/para 10,75% ao ano.

"O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação", diz o comunicado, que destacou "uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada".

No documento, a instituição também revelou que sua estimativa para a inflação de 2025 subiu de 3,4% para 3,7% no cenário de referência, com o IPCA superando o centro da meta de 3%.

Na reunião de 31 de julho, a mediana das projeções para o IPCA de 2025 no relatório Focus estava em 3,96% e, no mais recente, em 3,95%.

Para 2024, a projeção do BC no cenário também de referência subiu de 4,2% para 4,3%.

O cenário de referência usado pelo Copom considera a trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e a taxa de câmbio parte de R$ 5,60/US$, evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC); os preços do petróleo conforme a curva futura por seis meses e, depois, aumentando 2% ao ano; e a hipótese de bandeira tarifária "amarela" em dezembro de 2024 e de 2025.

A moeda americana negociada à vista fechou em R$ 5,6553 na noite da reunião do Copom de julho e ontem em R$ 5,4882, uma redução de R$ 0,20, que, segundo analistas, dá alívio para a decisão de hoje, mas ainda não teria força para mudar o quadro macroeconômico.

O Copom ainda atualizou a sua projeção de inflação de preços administrados, de 5,0% para 4,2% em 2024 e manteve a projeção de alta de 4% em 2025, também no cenário de referência.

O comunicado inclui ainda uma projeção para inflação de preços administrados em quatro trimestres terminados no primeiro trimestre de 2026, de 3,9%.

Além as projeções de inflação para IPCA e preços administrados, o Copom inclui a previsão para alta dos preços livres no IPCA.

A projeção para esse indicador é de inflação de 4,4% dos preços livres em 2024; 3,6% em 2025; e 3,4% no acumulado de 12 meses encerrados no primeiro trimestre de 2026. Todas essas projeções foram apresentadas no comunicado por meio de uma tabela.

Juro real
Com a decisão de alta de 0,25 pp de hoje, o juro real ex-ante - ou seja, descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses - do Brasil está em 7,33%, segundo levantamento do site "MoneyYou".

O País está atrás apenas da Rússia (9,05%). A média das 40 economias pesquisadas é de 0,63%. Segundo o BC, o juro neutro brasileiro, que não acelera nem alivia a inflação, é de 4,75%.

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