Corte de 30% no fornecimento de gás da Bolívia contribuiu para queda de Mauro Coelho da Petrobras
País vizinho deixou de enviar 5 milhões de metros cúbicos do insumo por dia ao Brasil, redirecionando à Argentina
O corte no fornecimento de gás natural ao Brasil pela Bolívia teria contribuído para a demissão de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras. O país vizinho reduziu a entrega do insumo em 30%, o que equivale a cerca de cinco milhões de metros cúbicos por dia, gerando desafios para a estatal brasileira.
Segundo fontes do setor, boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) passou a vender o produto para a Argentina com melhor preço em relação ao pago pela Petrobras.
A decisão do corte do fornecimento do gás boliviano deixou o presidente Bolsonaro indignado. Em rede social, o presidente disse que o corte foi orquestrado.
“A Bolívia cortou 30% do nosso gás para entregar para a Argentina. Como agiu a Petrobras nessa questão também? O gás, se tiver que comprar de outro local, é 5 vezes mais caro. Quem vai pagar a conta? E quem vai ser o responsável? É um negócio que parece orquestrado para exatamente favorecer vocês sabem quem”, disse Bolsonaro a apoiadores, sem citar nomes.
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Segundo fontes, a Bolívia estaria redirecionando o gás que enviava ao Brasil à Argentina, que estaria pagando um preço mais alto pelo insumo.
Contudo, a demissão de José Mauro já estava no radar do governo desde a substituição do almirante Bento Albuquerque do Ministério de Minas e Energia por Adolfo Sachsida, auxiliar do ministro da Economia, Paulo Guedes.
A indicação de Caio Paes de Andrade para a presidência da Petrobras era um desejo de Guedes desde o início da crise na Petrobras, com a demissão do general Joaquim Silva e Luna da presidência da estatal por causa da alta no preço dos combustíveis.