CPI aprova convocação de sócios da 123milhas e quebra de sigilo da empresa
Comissão investiga suspeitas de pirâmides financeiras em diversas companhias do país
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados aprovou as quebras de sigilo bancário e fiscal da empresa 123milhas e a convocação dos sócios da companhia.
Na última sexta-feira (18), a companhia anunciou que não emitirá passagens já compradas de uma linha promocional com embarques programados entre setembro e dezembro deste ano.
Os convocados são Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, sócios-administradores da 123milhas.
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O cancelamento atinge passagens vendidas nos pacotes PROMO, com preços muito abaixo dos praticados no mercado e datas flexíveis de embarque. O modelo é o mesmo que costumava ser oferecido pela Hurb, que deixou milhares de passageiros na mão e foi proibida pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) de vender pacotes flexíveis.
— Pela nossa suspeita, esse fato se assemelha muito a uma pirâmide que ruiu. Se oferece um produto, em uma condição muito boa de negócio, as pessoas vão entrando. Me parece muito o caso da 123 milhas. Esse sistema vem a ruína no momento em que os sócios enriquecem. Eles esperaram o momento de maior aquisição de clientes. A quebra de sigilo é para entender se houve esvaziamento de contas — disse o autor do requerimento Ricardo Costa (PSD-SP).
O relato indica que a 123milhas enfrenta descasamento financeiro semelhante ao que atingiu a Hurb, que acelerou a venda de pacotes flexíveis na pandemia a preços baixos e foi surpreendida pela rápida retomada do turismo e por valores ainda mais altos que os praticados no pré-Covid.
Na hora de a Hurb comprar efetivamente as passagens junto às companhias aéreas, os bilhetes custavam muito mais do que a startup havia cobrado dos clientes.