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Justiça

CPI da Americanas: relatório paralelo pede responsabilização de acionistas por abuso de poder

Voto em separado do PSOL foi protocolado nesta terça-feira; votação dos documentos deve ficar para semana que vem

Fachada das Lojas AmericanasFachada das Lojas Americanas - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Os deputados do PSOL, Fernanda Melchionna (RS) e Tarcísio Motta (RJ), protocolaram um relatório em paralelo na CPI da Americanas pedindo a responsabilização do trio de acionistas majoritário, Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Hermann Telles, por abuso de poder. O documento também pede que sejam acusados os administradores ou gestores da empresa envolvidos na época.

O chamado voto em separado cita o artigo 117 da Lei das Sociedades Anônimas que prevê a possibilidade de responsabilização de empresários quando houver abuso de poder, em especial “quando o acionista controlador orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional”.

“As atitudes narradas anteriormente configuram, portanto, além de escancarada fraude ao mercado de capitais, abuso de poder dos controladores e administradores, precisam ficar claramente tipificados no artigo 117, §1º, “a”, da Lei das S/A, eis que orientaram a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional (...) abuso de poder, gestão temerária com fraude e ilícitos a legislação de mercado de capitais ou encerramento irregular das atividades empresariais”, diz o relatório.

O artigo 117 da lei citada afirma que são modalidades de exercício abusivo de poder: “orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional, ou levá-la a favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em prejuízo da participação dos acionistas minoritários nos lucros ou no acervo da companhia, ou da economia nacional”.

O relatório oficial da CPI, escrito pelo deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), não aponta culpados. Apesar de reconhecer a fraude bilionária na companhia, o relator afirma que não houve tempo suficiente para apontar os responsáveis e recomenda esperar o desenrolar das investigações por órgãos judiciais.

A CPI da Americanas foi prorrogada até o dia 26 de setembro, junto com outras três comissões na Câmara. Mesmo assim, Chiodini não fez mudanças no relatório e afirma que alterações serão incluídas apenas se houver consenso do colegiado.

— Se houver consenso em algum ponto, sim. Se não for nada consensual, não há prazo legal para discussão — disse ao Globo.

A votação do relatório deve ocorrer na próxima terça-feira. A possibilidade do documento paralelo do PSOL ser votado depende do presidente da comissão, Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), pautar o documento.

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