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Credit Suisse se recupera na Bolsa depois de receber apoio do Banco Central suíço

O banco anunciou nesta quinta-feira (16) que solicitará um empréstimo de até 50 bilhões de francos suíços (R$ 286,5 bilhões)

Credit SuisseCredit Suisse - Foto: Reprodução

A ação do Credit Suisse operava em forte alta na abertura nesta quinta-feira (16), depois de receber o apoio do Banco Central da Suíça para tranquilizar os mercados, horas depois de registrar a pior sessão de sua história.

Nas primeiras operações, o título do banco registrava alta de 30,82% na Bolsa de Zurique, a 2,22 francos suíços, depois de registrar o mínimo histórico de 1,55 franco nesta quarta-feira (15), quando a ação do Credit Suisse desabou 24,24% e chegou a valer menos do que uma barra de chocolate.

O Credit Suisse anunciou durante a madrugada desta quinta-feira (16) que solicitará um empréstimo de até 50 bilhões de francos suíços (R$ 286,5 bilhões) do Banco Central do país.

O banco também anunciou uma série de operações de recompra de títulos da dívida por quase 3 bilhões de francos suíços.

"Estas medidas são um movimento decisivo para fortalecer o Credit Suisse, à medida que continuamos nossa transformação estratégica para agregar valor aos nossos clientes e outras partes interessadas", afirmou o CEO do banco, Ulrich Koerner, em um comunicado.

Após um silêncio muito questionado no início da semana, o Banco Central suíço e a Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro do país anunciaram uma ajuda ao CS na quarta-feira (15).

"O Credit Suisse atende às exigências em matéria de capital e liquidez impostas aos bancos de importância sistêmica", afirmaram o Banco Nacional Suíço (BNS, banco central), e a Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro (Finma), em comunicado conjunto.

"Em caso de necessidade, o BNS colocará liquidez à disposição do Credit Suisse", acrescentaram as instituições.

O colapso do Credit Suisse aconteceu poucos dias após a falência do banco californiano Silicon Valley Bank (SVB) após uma onda de saques em larga escala de clientes, o que deixou o estabelecimento em dificuldades para manter o fluxo por conta própria.

Mas ao contrário do SVB, o estabelecimento suíço integra o grupo de 30 bancos internacionais considerados muito importantes para quebrar, o que também impõe regras mais rígidas para resistir aos abalos do mercado.

A preocupação supera as fronteiras da Suíça. O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos afirmou que estava "monitorando a situação e em contato com as autoridades internacionais".

Os anúncios procedentes da Suíça tiveram efeito nas principais Bolsas europeias, que abriram em alta nesta quinta-feira, depois dos resultados negativos, de 3% a 4%, de quarta-feira.

Nas primeiras negociações, Paris operava em alta de 1,49%, Frankfurt avançava 1,52%, Londres 1,40%, Madri 1,98% e Milão 1,48%.

Acúmulo de reveses
Na Ásia, a inquietação com as consequências da falência do SVB ainda é forte. A Bolsa de Tóquio encerrou a sessão de quinta-feira em queda de 0,8%, Hong Kong perdeu 1,72% e Xangai 1,12%.

O colapso da ação do Credit Suisse ficou mais profundo na quarta-feira após a recusa de seu principal acionista, o Banco Nacional Saudita, a ampliar sua participação no capital.

Questionado pela Bloomberg TV se o banco saudita poderia investir mais dinheiro, seu presidente, Amar Al Judairy, disse: "A resposta é absolutamente não, por várias razões cada vez mais simples, que são regulatórias e estatutárias".

Os sauditas possuem, hoje, 9,8% do banco suíço. "Se passarmos de 10%, uma série de novas regras entra em vigor", alegou.

Os sauditas se tornaram os maiores acionistas da CS durante um aumento de capital efetuado em novembro para financiar uma grande reestruturação da entidade.

O banco está em dificuldades há dois anos, após a falência da empresa financeira britânica Greensill, que marcou o início de uma série de escândalos que enfraqueceram o CS.

Alguns acionistas acabaram jogando a toalha, como o fundo de investimentos americano Harris Associates, um de seus apoios mais importantes e que revelou, na semana passada, ter vendido toda sua participação no Credit Suisse.

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