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Economia

Crédito às empresas cresce em março, mas cai para as famílias, diz BC

Os novos empréstimos somaram R$ 407,1 bilhões em março

MoedasMoedas - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Em meio ao agravamento da pandemia de Covid-19, os bancos concederam 10,1% a mais em empréstimos às empresas em março na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo BC (Banco Central). Para as famílias, entretanto, houve queda de 4% no período.
 
Os novos empréstimos somaram R$ 407,1 bilhões em março.
 
As empresas buscaram crédito em modalidades ligadas ao consumo, como desconto de duplicatas, com alta de 58,7%, e antecipação de recebíveis, 23,3%. As linhas precisam de vendas para gerar garantia.
 
Financiamentos para comércio exterior também subiram em março. Crédito para importação subiu 28,4% e para exportação, 57,3%. Para repasse externo houve aumento de 281,3% e ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio), de 128,2%.
 
As companhias também recorreram ao cartão de crédito rotativo, quando o cliente não paga o valor total da fatura, que subiu 54,7% no mês.
 
Entre as famílias, houve alta em empréstimos pessoais, com alta de 21,1%. Elas também procuraram modalidades mais caras, como cartão de crédito rotativo, que registraram elevação de 11%, e cheque especial, de 14,8%.
 
Apenas as variações totais dos novos empréstimos foram calculadas de acordo com a sazonalidade, que retira peculiaridades do período, como número de dias úteis a mais ou a menos, para facilitar a comparação. Fevereiro, por exemplo, é um mês mais curto que março e isso impacta na quantidade de crédito concedida no período. As modalidades são divulgadas pelo BC sem o ajuste.
 
No acumulado dos 12 meses, as concessões de crédito cresceram 0,9%.


O saldo de crédito, que contabiliza toda a carteira do sistema financeiro, alcançou R$ 4,1 trilhões em março, com crescimento de 1,5% no mês. Em 12 meses, houve elevação de 14,5%.
 
Em março, a taxa média de juros dos empréstimos subiu 0,2 ponto percentual e alcançou 20% ao ano. Em 12 meses, houve queda de 2,7 pontos.
 
Já o spread, diferença entre a taxa de captação dos bancos e o que eles cobram em empréstimos, ficou em 15,1 pontos percentuais, redução de 0,5 ponto no mês e 2,9 pontos em 12 meses.
 
A inadimplência recuou 0,1 ponto percentual em relação a fevereiro, para 2,2%. Nas operações com recursos livres, a inadimplência permaneceu estável em 2,9%. Já nos empréstimos direcionados, o indicador caiu 0,2 ponto, para 1,1% no mês.
 
Os recursos para os empréstimos podem ser livres ou direcionados. Nos livres, o dinheiro emprestado é próprio e o banco decide a taxa a ser cobrada.
 
Nos direcionados, o governo determina a destinação dos recursos para certo segmento ou modalidade e as taxas são monitoradas.

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