Cresce o prejuízo do estaleiro Vard Promar
Balanço divulgado pelo estaleiro pernambucano Vard Promar, localizado no Complexo Industrial de Suape, revela prejuízo milionário por dois anos consecutivos.
Apesar das comemorações pela entrega do navio Skandi Recife e do fechamento do contrato com o Porto de Kingston para construção de um píer flutuante - que garante os empregos dos mais de mil empregados até o fim do ano -, as contas do estaleiro Vard Promar continuam no vermelho. Segundo o balanço financeiro publicado pelo estaleiro, em 2017, o prejuízo da empresa atingiu a cifra de R$ 173 milhões. Em 2016, o número negativo foi de R$ 104 milhões. Ou seja, as perdas cresceram 69%.
Embora a empresa tenha aumentado o capital social em R$ 279 milhões, para especialistas consultados pela reportagem, a empresa está longe de ser lucrativa. “Esse aporte está servindo para pagar dívidas de curto prazo, pois pelos resultados apresentados no balanço, a empresa tem custo maior que a receita”, analisa o diretor do Sindicato de Contabilidade de Pernambuco e mestre em auditoria contábil, Flávio Cesário. De acordo com ele, esse custo está equivalente a 146% em 2017 e 126% em 2016.
O economista Tiago Monteiro foi enfático ao dizer que ao analisar o fluxo de caixa da companhia, não houve uma distribuição de dividendos. “Essa prática não é obrigatória e é prevista em contrato (quando se compra as ações), mas é um indicador interessante da saúde econômico-financeira da empresa e um estímulo para que os investidores sintam-se confortáveis em manter os seus recursos naquele estabelecimento”, pondera o economista. " Caso não haja uma reviravolta agressiva, o Vard estará fadado a fechar nos próximo anos", afirmou Monteiro.
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A reportagem procurou falar com o Vard Promar, mas, devido ao feriadão de 1º de maio, não houve retorno dos contatos.

