NEGÓCIOS

Crise da Americanas: varejista tenta permanecer no bilionário mercado de lojas de conveniência

Com limitação financeira da gigante do varejo, distribuidora de combustíveis decidiu romper aliança em rede de lojas em postos de gasolina

Fachada das Lojas AmericanasFachada das Lojas Americanas - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

A Americanas vai recorrer da decisão da Vibra (ex-BR Distribuidora), que anunciou anteontem o fim da parceria que tinha com a varejista na rede de 1.300 lojas de conveniência em postos de combustíveis com a bandeira BR.

Em fevereiro de 2021, as duas empresas anunciaram uma joint venture, com 50% de participação cada, para integrar as lojas de conveniência BR Mania (marca da Vibra) e Local (da Americanas). Para isso, criaram a rede Vem. No entanto, com a recuperação judicial da Americanas, a Vibra decidiu encerrar a união.

A Americanas, segundo outra fonte, já está analisando de que forma vai impedir o fim da parceria, se via judicial ou por meio de arbitragem.

Em comunicado, a Americanas disse que recebeu com surpresa a decisão da Vibra “sem que tivesse havido qualquer manifestação anterior ou qualquer comunicação prévia.” A varejista destacou que “está avaliando os termos da notificação junto a seus assessores legais para resguardar o interesse da Americanas.”
 

Investimento limitado
No comunicado enviado anteontem ao mercado, a Vibra afirmou que os trâmites para encerrar a joint venture têm como objetivo assegurar a operação das franquias e que “o procedimento de desfazimento já estava estabelecido nos instrumentos da parceria.”

Segundo fontes, a Vibra decidiu iniciar o processo para desfazer a parceria por ver risco de continuidade da Americanas, uma vez que a varejista, por contrato, é a supridora dos produtos da Vem. Das 3.601 lojas da Americanas, 1.300 estão reunidas na Vem, que é avaliada, segundo fontes, em cerca de R$ 1 bilhão. A participação da Americanas é um dos ativos que a varejista poderia vender em seu processo de recuperação, apontam analistas.

Quando o negócio foi fechado, a Americanas concordou em pagar até R$ 305 milhões, aportando R$ 252 milhões e se comprometendo a investir outros R$ 53 milhões com base em metas de performance. Uma fonte a par explicou que a Americanas pagou porque o valor das lojas da Local era menor que o da rede BR Mania.

Das 1.300 lojas, 1.200 pertenciam originalmente à Vibra. O investimento futuro seria feito pela Vem. A ideia seria, com a parceria, disse a fonte, buscar oportunidades nos cerca de oito mil postos da rede BR que estão presentes em todos os estados do país. Agora, com a crise, a capacidade de investimento da Americanas foi comprometida.

No terceiro trimestre do ano passado, as vendas nas lojas da Vem tiveram aumento superior a 12%, de acordo com balanço da Vibra. Entre julho e setembro de 2021, a Vem reformou 180 lojas da BR Mania. Os espaços que passaram por melhorias tiveram alta de 40% no faturamento.

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Recentemente, as duas empresas lançaram um programa piloto de crédito para financiar franqueados na abertura de lojas e no capital de giro, projeto que pode estar ameaçado.

As lojas de conveniência representam um negócio bilionário no Brasil. O segmento fatura cerca de R$ 9 bilhões por ano, de acordo com dados do setor. O potencial de crescimento é grande, já que se estima que apenas 20% dos postos no Brasil contam com esse tipo de espaço.

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