Crise da empresa chinesa Evergrande faz bolsas do mundo despencarem
O impacto do calote fez o Ibovespa despencar para o menor nível dos últimos 10 meses
Notícias sobre um possível calote da gigante do mercado de incorporações e construção civil chinesa Evergrande - atualmente possui a maior dívida de ativos do mundo, mais de US$ 300 bilhões - balançaram, esta segunda-feira (20), os mercados mundiais e geraram uma fuga ainda maior de capital da empresa.
As ações da Evergrande, que é responsável por cerca de 3,8 milhões de empregos em vários países, caíram 10,24% após o anúncio de que os juros da dívida da empresa não seriam pagos aos credores, e fecharam o dia em US$ 2,28 - uma queda acumulada de 84,7% desde o início do ano.
Em Wall Street, as principais empresas de tecnologia registraram queda nos valores das ações. Apple, Google (Alphabet), Tesla e Amazon figuram como principal influência negativa do dia, tanto no índice de tecnologia quanto no S&P 500. O Dow Jones fechou o dia com queda de 1,79% e a Nasdaq recuou 2,17%.
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No Brasil, o impacto do calote fez o Ibovespa despencar para o menor nível dos últimos 10 meses, fechando o dia em 108.843 pontos - uma queda de 2,33%.
Segundo a agência de notícias Reuters, o calote da Evergrande criou temores de uma crise imobiliária chinesa que pode trazer consequências de larga escala para a economia global, parecida com a crise em 2008 gerada pela bolha imobiliária nos Estados Unidos.
Impulsionado pelo temor de uma crise generalizada, o dólar apresentou alta de 0,78%, e fechou o dia cotado a R$ 5,32. Este é o maior valor da moeda norte-americana desde 23 de agosto, quando foi cotada a R$ 5,38.