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BRASIL

Custo Brasil pode ser reduzido em até R$ 530 bilhões em dez anos, estima ferramenta do governo

Ministério do Desenvolvimento e Indústria lança nesta quarta-feira o Observatório do Custo Brasil

O vice-presidente da República, Geraldo AlckminO vice-presidente da República, Geraldo Alckmin - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Custo Brasil pode ser reduzido em até R$ 530 bilhões com a realização de seis iniciativas em áreas como infraestrutura, gás e energia, tecnologia e tributos. A estimativa é do Observatório do Custo Brasil, ferramenta desenvolvida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Movimento Brasil Competitivo (MBC), que será lançada nesta quarta-feira pelo ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin.

O Custo Brasil é um indicador que representa o conjunto de custos e despesas que dificultam a produção e vendas de produtos no Brasil. Fatores como alta carga tributária, excesso de burocracia e ineficiência logística fazem o Custo Brasil de 2023 ser calculado em R$ 1,7 trilhão, segundo o MBC.

O Observatório mensurou seis iniciativas para reduzir os custos que afetam negativamente o ambiente de negócios do país. São elas:

ampliação e diversificação da matriz logística (potencial de redução de R$ R$ 224,76 bilhões);

acesso a crédito empresarial (potencial de R$ 63,46 bilhões), expansão da banda larga (potencial de R$ 69,26 bilhões);

simplificação tributária (potencial de R$ 30,9 bilhões);

abertura do mercado de gás natural (potencial de R$ 21 bilhões);

acesso à energia elétrica competitiva (potencial de R$ 121,30 bilhões).

— A redução do Custo Brasil é fundamental para a promoção de um ambiente de negócios mais eficiente, com maior competitividade para as nossas empresas. Um passo importante para fortalecer a indústria, promover o crescimento do país e sua integração mais qualificada à economia global — afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin.

O desenvolvimento da ferramenta também contou com o apoio técnico da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo a Fundação, a expansão da banda larga e o projeto de acesso à energia elétrica competitiva foram as iniciativas que já geraram uma diminuição de R$ 86,71 bilhões no Custo Brasil entre 2021 e 2023.

O conselheiro executivo Rogério Caiuby, reforçou a importância, por exemplo, de acelerar a implementação de medidas de simplificação tributária para garantir a redução de custos de empresas. Segundo ele, será necessário haver um compromisso entre diferentes setores para que as iniciativas avancem.

— As barreiras incluem a complexidade de alinhamento entre diferentes atores, como setores público, Congresso e setor privado na superação de entraves históricos e em prol de uma agenda comum, a partir de medidas estruturantes que, por vezes, podem transcender governos, se tornando verdadeiras agendas de estado — completou Caiuby.

O Observatório será lançado em evento em Brasília nesta quarta, com a presença de Alckmin. A ferramenta, que ficará disponível ao público no site custobrasil.org.br, tem como objetivo dar maior transparência sobre o avanço de políticas públicas focadas na redução do Custo Brasil e facilitar a tomada de decisões para acelerar a competitividade do Brasil.

A secretária de Competitividade e Política Regulatória do MDIC, Andrea Macera, ressaltou que existem 20 projetos que contribuem para os seis eixos de atuação e que contam com a participação do Ministério.

— Temos um importante reforço para levar adiante nossos objetivos de reduzir a burocracia e remover os entraves regulatórios, alcançando assim, nossa meta principal de mudar de fato a percepção do investidor sobre nosso ambiente de negócios — afirmou.

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