CVM: Novas regras e iniciativas melhoram ambiente para mercado de crédito
Segundo o superintendente da CVM, o crédito privado têm sido instrumentos interessantes de financiamento
As novas regras para fundos publicadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de iniciativas regulatórias e processos de sandbox, têm melhorado o ambiente para acesso a crédito no Brasil e ajudado esse mercado a evoluir.
Um dos destaques vem por meio das plataformas de crowdfunding, que devem fechar em R$ 1,3 bilhão em ofertas neste ano. A avaliação é de Bruno Gomes, superintendente de Securitização e Agronegócio da CVM e responsável pela supervisão dos investimentos estruturados.
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"A nova norma de fundos CVM 175, as regras para FIDCs (fundos de investimento em direitos creditórios), o marco legal da securitização, as plataformas de crowdfunding e outras iniciativas regulatórias da CVM. Os próprios projetos de sandbox que estão maturando agora. Toda essa transformação tem como base o maior envolvimento do mercado de capitais no mercado de crédito privado", disse Gomes, durante painel no Uqbar Day, que acontece nesta quinta-feira, em São Paulo.
Segundo o superintendente da CVM, o crédito privado está presente em vários nichos do mercado de capitais e as plataformas de crowdfunding, regulamentadas pela Resolução CVM 88, têm sido instrumentos interessantes de financiamento de micro e pequenos empreendedores via certificados de recebíveis.
"De uma forma indireta, estimulamos a securitização dentro do crowdfunding. Isso impulsionou as ofertas de R$ 200 milhões antes da norma para R$ 1 bilhão, e deve fechar o ano em R$ 1,3 bilhão", afirma Gomes. "É um grande laboratório que está dando certo."
Para João Baptista Peixoto Neto, sócio-fundador da Ouro Preto Investimentos, a securitização é "inevitável" e "estamos passando por essa evolução". Ele destaca o avanço dos FIDCs, com uma "explosão" desses fundos em gestoras.
"O mercado brasileiro está deixando de ser 'bancário' e está vindo para o mercado de capitais. Vai ficar parecido com o mercado americano, onde o mercado de capitais é quatro vezes maior que o bancário. Tenho certeza que vai acontecer no Brasil", diz.