Da moderação ao algorítimo: 4 coisas que Musk pode mudar no Twitter
Nas últimas semanas e meses, o bilionário deu dicas sobre o que ele mudaria na plataforma - em entrevistas, registros regulatórios e, é claro, em sua conta pessoal
Elon Musk às vezes pode ser incompreensível, e sua política é evasiva, o que tornou um pouco difícil determinar exatamente o que o bilionário faria se adquirisse o Twitter com sucesso.
Mas nas últimas semanas e meses, Musk deu mais dicas sobre o que ele mudaria no Twitter – em entrevistas, registros regulatórios e, é claro, em sua conta pessoal na plataforma.
Nesta segunda-feira, ele anunciou a compra da plataforma por US$ 44 bilhões. A empresa será de capital fechado. Analistas acreditam que a política de moderação de conteúdo deve mudar.
Musk tem manifestado frequentemente preocupação com o fato de os moderadores de conteúdo do Twitter irem longe demais e que intervêm demais na plataforma.
No documento regulatório em que anunciou sua tentativa de comprar o Twitter, ele escreveu: "Investi no Twitter porque acredito em seu potencial para ser a plataforma da liberdade de expressão em todo o mundo, e acredito que a liberdade de expressão é um imperativo social para um democracia funcional".
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Ele acrescentou que não confiava na liderança atual da empresa para fazer as mudanças que considerava necessárias e priorizar suas ideias sobre liberdade de expressão na plataforma. “Desde que fiz meu investimento, agora percebo que a empresa não prosperará nem atenderá a esse imperativo social em sua forma atual”, escreveu.
Em um tuíte nesta segunda-feira, Musk disse esperar que até seus “piores críticos” continuem a usar a plataforma “porque é isso que significa liberdade de expressão”.
Musk não comentou publicamente como lidaria com a conta do ex-presidente Donald Trump, banida do Twitter. Mas seus comentários sobre liberdade de expressão alimentaram especulações de que o Twitter sob sua propriedade poderia reintegrar Trump, que foi barrado da plataforma no ano passado.
Após o motim de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio, o Twitter disse que Trump violou suas políticas ao incitar a violência entre seus apoiadores. O Facebook também baniu Trump pelo mesmo motivo.
O ex-presidente, que era conhecido por tuítes que criticavam os opositores e às vezes anunciavam mudanças políticas, também está tentando fazer seu próprio site de mídia social decolar. Sua start-up, Truth Social, tem lutado para atrair usuários, e o problema pode piorar agora que Musk sugeriu mudar as regras de moderação de conteúdo no Twitter.
Trump disse em uma entrevista recente que provavelmente não voltaria ao Twitter se pudesse.
Em uma conferência TED este mês, Musk elaborou seus planos de tornar o algorítmo da empresa um modelo de código aberto, que permitiria aos usuários ver o código mostrando como certas postagens surgiram em suas linhas do tempo.
Ele disse que o método de código aberto seria melhor do que “ter tuítes sendo promovidos e rebaixados misteriosamente sem nenhuma percepção do que está acontecendo”.
Musk também apontou para a politização da plataforma e recentemente tuitou que as políticas de qualquer plataforma de mídia social “são boas se os 10% mais extremos à esquerda e à direita estiverem igualmente infelizes”.
Antes de se oferecer para comprar o Twitter, Musk manifestou sua preocupação com a relevância da plataforma. Quando uma conta postou uma lista das 10 mais seguidas do Twitter, incluindo a do ex-presidente Barack Obama e as estrelas do pop Justin Bieber e Katy Perry, Musk escreveu: “A maioria dessas contas ‘top’ tuíta raramente e publica muito pouco conteúdo. O Twitter está morrendo?”
Mais recentemente, o CEO da Tesla prometeu em um tuíte que “derrotaria os bots de spam ou morreria tentando!”