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David Vélez, fundador do Nubank, vende 3% das ações do banco para financiar entidade filantrópica

É a primeira vez que o bilionário vende parte de sua fatia na empresa desde o IPO. No total, ele se desfez de 25 milhões de papéis por cerca de US$ 191 milhões

David Vélez, cofundador do Nubank, e sua esposa, a economista Mariel ReyesDavid Vélez, cofundador do Nubank, e sua esposa, a economista Mariel Reyes - Foto: Divulgação

David Vélez, o bilionário cofundador do Nubank, vendeu cerca de 3% da sua fatia no maior banco digital do mundo, o equivalente a 25 milhões de ações, a um preço de aproximadamente US$ 191 milhões. É a primeira vez que Vélez se desfaz de ações desde o IPO da companhia.

Parte do valor arrecadado irá financiar a entidade filantrópica que mantém em parceria com sua esposa, Mariel Reyes, a fundação VelezReys+, que tem como foco ajudar iniciativas de liderança e educação na América Latina.

"Eu não queria fazer isso até que no Nubank pudéssemos tirar muitas dúvidas importantes como: será que dá para ganhar dinheiro? Pode continuar crescendo? E os últimos três trimestres foram fenomenais" disse Velez, que é CEO e presidente do conselho do banco.

Ele acrescentou:
"Agora, estou tirando 3% das fichas da mesa para começar a aumentar o investimento no outro lado da grande missão que nos impulsiona hoje."

Salto de 88% das ações no ano
A venda ocorre um dia depois de o banco anunciar os resultados do segundo trimestre, que superaram as estimativas dos analistas e consolidaram ainda mais a recuperação de um ano difícil de 2022, quando as taxas de juros dispararam no Brasil.

As ações do banco subiram 88% este ano para uma capitalização de mercado de US$ 36 bilhões.

Velez, que tem um patrimônio líquido de US$ 7,8 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, continua sendo o maior acionista individual do Nubank e detém quase 75% do poder de voto da empresa. Sua cofundadora, Cristina Junqueira, também reduziu sua participação no início deste ano.

Em novembro, Velez encerrou um programa de incentivo baseado em ações para si mesmo e renunciou a qualquer remuneração em ações em 2023.

O banco, que prometeu acabar com o monopólio no setor bancário brasileiro detido por instituições como Itaú e Bradesco, expandiu para o México e a Colômbia e agora tem quase 84 milhões de clientes.

Parceria com Lemann
Natural da Colômbia, Vélez, de 41 anos, estudou na Universidade de Stanford e trabalhou na Sequoia Capital antes de fundar o Nubank. A empresa abriu o capital em uma oferta pública inicial no fim de 2021, levantando cerca de US$ 2,6 bilhões em uma avaliação de mais de US$ 40 bilhões.

Antes do IPO, Vélez e sua esposa assinaram o Giving Pledge para doar a maior parte de sua riqueza por meio de esforços filantrópicos. A fundação VelezReyes+ está trabalhando com parceiros, incluindo Jorge Paulo Lemann, em questões educacionais no Brasil e outras organizações na Colômbia e no Peru.

O empresário não quis comentar quanto dinheiro foi investido na fundação ou que parte dos lucros da venda da participação irá para lá.

"Trata-se de encontrar uma forma de devolver à sociedade nas próximas décadas essa riqueza que felizmente conseguimos criar na construção do Nubank. Como podemos ajudar a resolver um dos problemas mais complexos da região que é o acesso desigual às oportunidades" afirmou.

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