Deflação não foi generalizada. Leite dispara 25,46%, e alimentos aceleram a alta
Alimentação no domicílio, com forte peso para famílias mais pobres, tem alta de 1,47% em julho
A deflação de 0,68% no IPCA em julho no Brasil não significa que a queda de preços foi generalizada. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, apenas dois tiveram variação negativa: transportes e habitação, refletindo respectivamente a queda nos preços de combustíveis e energia elétrica.
Nos outros grupos, os preços subiram, porém menos do que em junho. A exceção ficou por conta dos alimentos, cuja alta acelerou: de 0,80% em junho para 1,30% agora.
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Os alimentos são os produtos que têm maior peso para as famílias de renda mais baixa. Considerando só a alimentação no domicílio, a alta foi ainda maior, de 1,47%. O leite foi o grande vilão da inflação em julho, com impacto de 0,22 ponto percentual no índice geral.
O preço do leite longa vida subiu 25,46%, após ter avançado 10,72% em junho. Derivados de leite também subiram com força, como no caso do queijo (5,28%), da manteiga (5,75%) e do leite condensado (6,66%)