Deputado do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos EUA pede que STF reverta bloqueio do X
Parlamentar, porém, já havia elogiado decisão da mesma Corte em 2009
O deputado americano Chris Smith, membro do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, pediu nesta quarta-feira ao governo brasileiro que reverta a decisão, do ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF), Alexandre de Moraes, de bloquear o funcionamento do X no Brasil e proibir o acesso à plataforma.
Segundo o republicano, o país "deve reverter medida imediatamente", afirmando que "ameaças à liberdade de expressão são ameaças às eleições livres e à própria democracia".
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“O governo do Brasil aumentou as apostas e atingiu um novo patamar — expandiu-se da perseguição à oposição política, removendo-a das mídias sociais, para a proibição de uma das maiores redes sociais de notícias do mundo e tornando ilegal o acesso de brasileiros a ela”, disse Smith, que é presidente do Subcomitê Global de Direitos Humanos da Câmara.
De acordo com o site do parlamentar, em maio, ele "presidiu uma audiência no Congresso examinando os extensos abusos de direitos humanos no Brasil".
Ela também já havia solicitado "informações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos" sobre alegações contra o governo do Brasil.
Smith chegou a se encontrar com brasileiros, no Capitólio (sede do Legislativo americano), que já haviam tido seu acesso às suas redes bloqueadas por decisão de Alexandre de Moraes. Após o encontro, o parlamentar enviou uma carta ao ministro com o que ouviu neste encontro, mas "ainda não recebeu resposta do juiz da Suprema Corte", segundo sua página.
“Em 21 de junho, enviei uma carta ao Ministro Alexandre de Moraes pedindo informações sobre alegações relacionadas ao papel de Moraes em violações generalizadas de direitos humanos cometidas”, afirmou Smith.
“O Ministro Moraes não respondeu, nem ouvi dos Presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, que também receberam minha carta a Moraes.”
Em 2009, o mesmo STF foi responsável por determinar a entrega do menino Sean Goldman ao pai, o americano David Goldman, após o garoto ter sido trazido para o país com a mãe, que havia tido um relacionamento com Sean.
Na ocasião, Smith foi o primeiro a se pronunciar sobre a decisão da Corte.
"Foi uma decisão extraordinariamente satisfatória. E esperamos que em poucas horas ou dias o Sean esteja de volta aos braços do pai. Mas sabemos que pode haver mudanças", disse Smith na ocasião.